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The Fall of the Stars: Capítulo 4 - Um Novo Começo

  • Foto do escritor: AngelDark
    AngelDark
  • 14 de jul.
  • 31 min de leitura

Volume 2 :  Enigma


Parte 1

O outrora imponente navio espacial, agora uma ruína flutuante, testemunhava o caos de sua desintegração. O sexto andar, que ficava abaixo da antiga prisão reforçada, havia se transformado em um campo de escombros. As paredes, outrora lisas e imponentes, jaziam agora em pedaços retorcidos, expondo a estrutura interna do navio. Cabos elétricos expostos cintilavam e soltavam faíscas, iluminando intermitentemente a nuvem de poeira e detritos que pairava no ar.

O chão, antes um convés firme, era agora uma montanha disforme de metal retorcido, concreto despedaçado e Obsidium, além de estar cercado por painéis quebrados. A queda dos andares superiores havia transformado o local em um labirinto de obstáculos, onde cada passo era incerto. A fumaça densa, impregnada com o cheiro acre de metal queimado e poeira espacial, dificultava a visão, criando um véu opaco que ocultava os cantos mais obscuros da sala.

Buracos irregulares no teto e nas paredes revelavam vários outros andares e quartos do navio. A gravidade artificial, antes estável, agora oscilava erráticamente, tornando o equilíbrio uma luta constante.

A luz, antes uniforme e funcional, agora emanava de fontes esparsas e instáveis. Holofotes de emergência, balançando em seus suportes danificados, lançavam sombras alongadas e distorcidas, transformando os escombros em figuras fantasmagóricas.

O silêncio, antes um prenúncio de batalha, agora era quebrado apenas pelo crepitar das faíscas, o estalar do metal retorcido e o farfalhar da poeira que lentamente se assentava. O ar, carregado de tensão, vibrava com a antecipação do confronto final. Todos os olhos estavam fixos no centro da arena improvisada, onde os combatentes se preparavam para o embate decisivo.

— Realmente, isso estava fora das minhas expectativas. Quem imaginaria que outro avatar apareceria justo aqui e agora? Não tenho ideia de como vocês conseguiram escapar da minha previsão do futuro, nem de quem são, mas vão se arrepender de terem me atrapalhado.

Benadetta falava, encarando Anna e Dante, enquanto os dois se aproximavam, ignorando-a e se encarando como se nada estivesse acontecendo ao redor. Assim, eles se encaram e sorriem um para o outro, como amigos que se reencontram após uma viagem: um apego e nostalgia misturados com estranheza e nervosismo. Mesmo envergonhados por estarem sendo observados, Dante começa a falar:

— Meu nome é Scarlune Dante. Não sei bem quem sou agora ou quem deveria ser, mas vou continuar seguindo meu caminho em busca de trazer alguém que foi importante para mim de volta e descobrir quem eu deveria ser.

A garota responde com um sorriso gentil:

— Meu nome é Anna Lighthart. Eu também já não sei mais quem deveria ser, mas continuo amando o fato de poder estar aqui e de viver. Quero continuar experimentando tudo que a vida tem a oferecer e quero te ajudar a encontrar quem deseja mais uma vez.

Assim, os dois caminham e Dante mostra o punho. Ambos o colidem com um toque amigável e um sorriso no rosto. Ao fundo, Luck, observando, se aproxima de Kurokawa, perguntando o que havia acontecido, mas nem ela sabia dizer. Ao redor, murmúrios continuavam a acontecer, enquanto mais convidados, como Lucia e Adam, além das duas enviadas do Trono de Deus, também chegavam. Mas era Benadetta quem agiria a seguir, aumentando seu éter em fúria por estar sendo ignorada, fazendo os dois à frente a observarem.

— Até quando vão me ignorar!

À medida que o éter dela se expandia, Alphonse, ao seu lado, sentia dor e seu corpo continuava soltando um líquido estranho e perturbador, mostrando mais falhas e defeitos na fusão. Benadetta, depois de o encarar com uma cara sem expressão, se aproxima e muda sua feição quando o olha nos olhos para uma feição gentil:

— Não se preocupe, irmãozinho, eu vou acabar com a dor.

Assim, braços negros saem dela e esmagam seu irmão no céu, despejando seu sangue negro por cima dela. Assim, o cabelo dela brilha ainda mais intensamente, e as sombras em volta começam a revelar olhos, como se ela tivesse tomado controle de tudo. Mas Anna, ignorando tudo aquilo, pergunta:

— Ele não era seu irmão? Ele parecia muito apegado a você para receber esse tratamento agora.

Enquanto ela falava, tentando ficar o mais calma possível, Anna apertava a mão com tanta força que sangrava, mostrando sua ira com a atitude de Benadetta.

— Meu irmão? Ah, verdade, acho que era algo assim? Sinceramente, já nem me lembro mais, mas quem se importa com isso? Por que isso é importante? O que importa são vocês atrapalhando meus objetivos.

No fundo, Danael grita:

— Mas isso não faz sentido! Seu objetivo era se vingar dos homens que mataram sua família, mas agora você não está fazendo o mesmo?

— É claro que n-

De repente, Benadetta começa a se perguntar por que estava fazendo aquilo, começa a se sentir triste pelo irmão, irritada com a família Salazar, irritada com todos ali por terem atrapalhado seus planos, depois se sente vazia, com medo. Um turbilhão de emoções começa a passar pela cabeça dela enquanto o éter aumentava, e no teto, Rasputin pergunta a Kali o que estava acontecendo.

— A fusão foi um fracasso. Agora, ela não vai conseguir se tornar um avatar completo e, ainda por cima, vai aos poucos perder sua identidade e virar um tipo de monstro sem ego.

  • Isso já aconteceu algumas vezes quando as personalidades dos avatares e seus Astreus são muito conflitantes e não se aceitam. A fusão não ocorre como deveria e esse tipo de coisa costuma acontecer. Ainda assim, é um material perfeito para ser estudado, já que, mesmo que não seja um avatar, é um corpo que suporta a essência de um dentro de si.

— Se é assim, Lady Kali, o que faremos? Nos envolvemos para capturar ou aguardamos?

— Niklaus-sama tem muitas expectativas naquele garoto. Tecnicamente, ele é um membro oficial. Temos uma regra interna de não interferir em lutas, a não ser que seja extremamente necessário. Se virmos que algo irá atrapalhar a captura, nos envolvemos. Por enquanto, vamos aguardar.

— Tem certeza de que esse é o único objetivo? Ao que parece, acho que a senhorita Kali deseja ver o quão bom é o garoto que, de acordo com suas palavras, atrai as expectativas de Niklaus.

Kali o ignora, deixando-o sem resposta, enquanto continua a pensar.

  • Aquele garoto é curioso. Observando-o, eu também sinto que ele deveria ser um avatar de Astreus, assim como a garota ao lado. Mas há algo de errado. Eles não parecem exibir um domínio passivo como o Enigma e os outros. Além disso, o éter de ambos, apesar de ser grande, ainda não está no nível do de Rasputin, quem dirá do Senhor Niklaus ou do meu. Eles são fracos. E isso porque parece que eles foram capazes de fazer uma fusão completa e ainda assim... Além de não serem ameaças, não vejo benefícios em tê-los conosco. Será que ele pode me surpreender, Dante?

Assim, Anna começa a dar passos para trás, se aproximando de Dante, enquanto ele não tira os olhos do inimigo. Ela, então, se aproxima de suas costas, coloca os braços em volta de seu pescoço, se aproxima e começa a morder seu pescoço. Dante fica surpreso, mas se força a não mover o olhar. Assim, ele sente a pessoa em suas costas crescendo e fala:

— O que é isso? Por acaso, sua nova eu é uma vampira loira com um nome super difícil de se pronunciar e que esconde uma katana no estômago?

— Hum, meu nome não tem nenhum beijo ou coração no nome, mas você não está tão errado. Posso não ser uma vampira, mas...

Assim, Anna, com uma voz mais rebelde e aparência de uma adolescente indo para a fase adulta, toca na sombra de Dante e, dela, várias armas diferentes aparecem. Dante desgruda os olhos por alguns segundos, olhando para a sombra, quando uma mão enorme vem em sua direção. Anna se afasta, desviando para o lado, e Dante salta para cima, usando o eletromagnetismo para se conectar e se fixar ao teto, enquanto Anna briga com ele.

— Não tire os olhos do inimigo, ela parece não prestar atenção, mas está só esperando o momento certo para nos matar.

— Eu percebi, mas sério, da próxima vez que for tirar armas da sombra de alguém, avisa.

— As outras vão ter que ficar para uma próxima vez, dessa vez eu só consegui tirar essas duas, vão ter que servir.

Anna segurava um mosquete dourado em uma mão e uma katana na outra. Ela lança a katana para Dante, que a pega no meio do ar e desce para o chão, enquanto Benadetta continua a encará-los, com mais partes escuras dominando seu corpo e tornando-a cada vez menos humana.

— Anna, eu não sei usar uma katana!

— Não precisa virar um espadachim do nada nem nada do tipo, mas você notou, não foi? O corpo dela está coberto por esse material negro que, além de ignorar impacto, tem um tipo de regeneração instantânea. Se continuarmos com golpes físicos, não vai dar em nada, por isso vamos usar essas armas.

Dante sentia que a espada em sua mão tinha algo de especial, realmente não era uma lâmina normal. Assim, ele começou a desembainhar-lá para ver a lâmina, quando de repente uma visão aparece em sua cabeça e, por conta do deslize, é golpeado por uma mão e jogado contra a parede. Mas Anna aproveita para se aproximar do corpo de Benadetta e acertar bem no estômago com uma bala de seu mosquete, que sai imbuída de éter dourado, jogando-a para trás. A bala não causa dano externo, mas, além de tê-la jogado voando para além da parede, ela começa a vomitar muito sangue e a arranhar a parte do estômago, como se quisesse arrancar alguma coisa de dentro de si, sentindo muita dor.

Dentro da parede, onde Dante estava, ele pensa:

— Aquilo foi…

Dante não sabia explicar com palavras o que viu, mas foi como ver uma garota em um quarto escuro, vendo através de uma janela um mundo inteiro, várias pessoas de locais diferentes do mundo se divertindo com suas culturas e estilos de vida. E a garota, em seu tempo livre, passava o tempo criando coisas que via no mundo, como se tentasse trazer um pouco daquele mundo para o quarto escuro onde estava, para aliviar a solidão. Mas, independentemente do que ela fizesse, nada mudava o fato de que ela estava sozinha.

Dante, então, pega sua katana dentro daquela mão escura dentro da parede e, assim, chamas explodem enquanto raios percorrem o braço em direção a Benadetta. Assustada, ela corta o braço antes que a atinja, quando de repente, saindo de dentro dos destroços e cortando o braço em dois, estava Dante, que chegou bem em cima de Benadetta com a katana em suas mãos e desferiu um corte em sua direção. Mas ela esquiva e desfere uma chuva de braços. Anna e Dante saltam, começando a correr entre os braços enormes que vêm até eles, enquanto conversam.

— Que ideia é essa de me mostrar aquilo?

— Mostrar o quê?

—… deixa para lá, eu pergunto depois.

Assim, os braços vêm até eles, e Dante faz um sinal para ambos trocarem de armas. Anna pega a katana e realiza vários cortes que dividem os braços que vêm até ela, enquanto Dante cria seus círculos mágicos em volta de seu braço direito. Ele pega o mosquete com a mão que ganha círculos mágicos também. Nos círculos, era possível ver um símbolo de um relógio antigo que começava a girar. Assim, ele atira, e o disparo poderoso percorre uma velocidade extrema, atingindo Benadetta como um canhão e destruindo ainda mais o navio em ruínas. Todos se afastam ainda mais para não serem pegos no disparo, e Beatrice, que estava na parte de trás, começa a correr com toda a força, enquanto Benadetta passa por ela, sendo jogada pelo disparo até colidir com a barreira de uma das salas de evento.

— Que trapaça, você estava com um canhão e eu com uma faquinha?

— Não seja idiota, isso é só porque você aprendeu a usar a arma antes da katana.

Assim, Anna vai até ele e ambos trocam de armas de novo.

— Eu já disse que não sou bom com armas, ainda mais com espadas.

— Não reclama, só tenta. De qualquer forma, a batalha só vai acabar quando você conseguir cortá-la.

— O quê? Mas por quê?

— Você precisa cortar a conexão entre ela e a fusão e, assim, desfazer a fusão temporariamente.

— Isso é possível?

— Só tem um jeito de descobrir!

Assim, Benadetta se levanta novamente, gritando de ódio enquanto se sacode em agonia. Assim, enquanto recobra a razão, sente o éter dos hóspedes atrás dela, usando o portal para ir até a superfície, e relembra seu plano.

— Não… NINGUÉM VAI SAIR DAQUI!!!!!

Assim, ela começa a expandir seu éter ainda mais e, de repente, o navio inteiro treme. Fora dele, em meio ao espaço, uma fenda na realidade começa a se abrir. Uma fissura branca enorme, como um buraco negro, começa a puxar o navio e o éter. Assim, os portais das salas de segurança se fecham, e o navio começa a ser arrastado para dentro da fissura. Anna olha para Dante, sentindo o que estava acontecendo.

— Isso é péssimo! Distrai ela mais um pouco agora?

— Distrair?… Droga!

Assim, Dante corre na direção de Benadetta, se concentrando, e volta a criar os círculos mágicos em volta do seu braço, movendo-os na direção inversa, como se estivesse rebobinando-os. Já Anna vai na direção dos outros. Ao olharem para Anna, tinham várias perguntas para fazer, mas antes, Anna explicou o que estava acontecendo. Todos percebem como a situação era urgente, quando Danael toma a vez.

— Tem uma forma: se alguém forçar os motores a parar na sala de transmissão, os portais serão abertos por completo por alguns segundos. Aí, todos poderão passar antes que a energia seja sugada.

Luck e Chuya pegam Danael nos ombros e falam ao mesmo tempo.

— Nós o levamos até lá. Todos os outros, sem discutir, vão até os portais e, quando eles abrirem, pulem sem pensar duas vezes.

Nyan fala que ainda não podia, pois elas precisavam encontrar Leon. Danael se desculpa, mas conta a verdade, na hora em que ela começa a cair sem forças. Morgan a segura, garantindo que iria tirá-la de lá. Mio fala que iria atrás de Beatrice e ambas também iriam, chamando Kurokawa para ir com ela, mas Kurokawa ficava observando Sophi, que não parecia querer sair até ver o resultado final. Então, ela muda e começa a olhar para seu pai, dizendo que iria também.

Danael a encara com uma cara estranha, como se sua memória estivesse embaçada.

— Você….

— Não temos tempo para isso. Eu também sei como funciona o mecanismo, se uma emergência acontecer, vamos precisar de mais alguém para te substituir.

Assim, Danael aceita e todos começam a se mover, indo pegar tudo que faltava para poder ir direto até uma das saídas, enquanto o navio continuava a tremer e mais e mais partes caiam dentro da fissura branca. Os únicos que não se moviam e permaneciam calmos assistindo à batalha eram os membros da Horizon e as duas enviadas do Trono de Deus, que simplesmente não se moviam. Anna, então, volta a correr, indo para a batalha principal. Lá, estavam Dante e Benadetta em um confronto frenético. Dante conseguia cortar os braços, mas sempre que se aproximava, ela gerava um número enorme de mãos para forçá-lo a retroceder. Assim, Anna o alcança e pergunta se ele tinha algum plano, e Dante responde:

— Na verdade, você chegou no momento certo, acho que descobri como vencer.

Assim, ele sorri, concentrando seu éter no olho direito, que fica vermelho carmesim como seu éter.

— Vamos lá, está na hora do Round Final.

Parte 2

Ao chegarem na sala de transmissão, a encontram toda quebrada, enquanto uma garota em uma cadeira giratória ria, assistindo toda a situação, comendo pipoca. Danael é o primeiro a se aproximar e fala:

— Tem certeza de que devia continuar aqui?

Ceto se vira e observa os cinco que haviam chegado.

— Deixa ver se eu memorizei. O da frente é Danael, chefe de segurança; o da esquerda é Chuya, o cara que ajudou os mafiosos a entrar; o da direita é Luck, que veio junto do Dante e os outros teleportados, enquanto as duas garotas no fundo, Kurokawa e Sophi, estou certa?

Danael continua falando:

— Realmente, parece que aprendeu muita coisa enquanto assistia, né?

— Tipo isso. É uma tristeza que tudo já vá acabar. Bom, vejo vocês numa próxima, não quero perder minha carona.

Chuya encara a garota, confusa.

— Espera, não vai tentar nos parar?

Mas Danael quem responde.

— Ela não pode. Ela também quer que alguém puxe a alavanca para ativar os portais na carga máxima para poder escapar. O problema é que quem fizer isso precisa continuar puxando até todos passarem e um pouco mais, para que o portal não se feche enquanto os que estão sendo teleportados não fiquem presos na divisa.

Ceto, então, sai da sala, se virando e se curvando como um pirata, fazendo reverência.

— Exato! Alguém precisa afundar com esse navio. Pena que a capitã dele não sou eu. Então, desejo boa sorte e que nos encontremos de novo!

Assim, ela olha para a garota que não havia entrado na sala e fica do lado de fora, encostada na parede, mas, mesmo se esforçando, não conseguia esconder que a conhecia.

— Até mais para você também, Miguel.

Assim, ela cria um enorme machado e quebra o chão, criando passagem por onde foge, indo para outro lugar.

— Mas, afinal, quem era essa maluca?

Chuya fala, olhando para Danael.

— Um problema para outro dia.

— Bom, mas imagino que ela esteja mentindo, né? O senhor deve conseguir dar um jeito.

— Infelizmente não, garoto. Um de nós terá que ficar e acho que este é o momento para escolhermos, pois a garota foi gentil para deixar tudo preparado. Tudo que temos que fazer é puxar e segurar a alavanca enquanto todos passam, antes que acabemos caindo no buraco branco e bizarro no céu.

Danael falava, enquanto apontava para uma das câmeras que mostrava o navio caindo na fissura.

Parte 3

A batalha continuava enquanto os três atravessavam as paredes quebradas do antigo navio, vendo vários dos quartos e corredores pelos quais ainda não haviam passado. Benadetta usava os braços para se puxar e empurrar, conseguindo acompanhar a velocidade de Dante. O garoto, então, começa a deixar seu poder elétrico se espalhar e fala:

— Liberar Arquivo: Segundo Modo: Deus da Velocidade.

Assim, o cabelo de Dante fica vermelho, enquanto os raios mudam para uma tonalidade azul, e ele começa a correr muito mais rápido, acertando um chute na cara de Benadetta e a atirando para trás. Anna dá vários disparos, mas Benadetta se encapsula em vários braços, defendendo-se do ataque. Anna se aproxima de Dante e ambos trocam de posição. Anna continua a dar vários disparos, colocando mais éter, enquanto Dante salta, descendo para o local de onde havia vindo, e começa a realizar vários cortes com sua espada, enquanto os círculos mágicos de seu braço continuam a rebobinar para trás. Ele faz um sinal para Anna e sai. Anna dispara um tiro com força total, destruindo o casulo de braços que protegia Benadetta e a acertando. Benadetta gritava com o rosto distorcido, com vários olhos e asas angelicais aparecendo por todo o corpo. Quando ela volta ao local de onde eles haviam saído, Dante segura sua lâmina horizontalmente com uma mão, enquanto estala os dedos, liberando os cortes que havia feito, mas que havia mantido em um tempo suspenso. Assim, todos os cortes atingem instantaneamente.

Benadetta começa a gritar, enquanto mais mãos saem de seu corpo, que começa a derramar sangue negro, e raios amarelos voam por todos os lados. Quando ela percebe Dante mergulhando entre os raios, com seu olho brilhando, atravessando cada raio, cada mão, e assim se aproximando, pensa:

  • "Este é o ponto fraco dela! Sempre que sente dor, ela começa a fazer ataques descoordenados e agir sem pensar. Neste momento, ela está segura por estar envolta em milhares de ataques de diversas direções diferentes, mas eu sei que consigo, eu posso atravessar essa chuva de ataques."

Dante corria, mas tudo começava a ficar em câmera lenta, até mesmo ele. Seu olho observava tudo, e assim ele conseguia ver projeções de éter de onde os golpes iriam atingir e ter uma compreensão completa da área em volta. Disparando pequenas quantidades de descargas elétricas, ele conseguia até mesmo ter uma visão em volta de seu corpo e da sala toda em 360 graus, no entanto, bem mais limitada que a visão frontal, que ele conseguia observar com seus olhos, Enquanto Dante se movia em "câmera lenta", o mundo ao seu redor era um balé caótico de energia e detritos. Braços de Benadetta surgiam das paredes rachadas, cada um buscando esmagar ou dilacerar. Raios amarelos crepitavam no ar, desenhando padrões erráticos que ameaçavam eletrocutar qualquer um que se aproximasse. Dante, no entanto, movia-se com precisão milimétrica, seus pés mal tocando o chão enquanto ele deslizava entre os obstáculos.

Uma mão surgiu de um buraco no teto, seus dedos afiados como navalhas buscando perfurar Dante. Ele se inclinou para trás, o braço passando a centímetros de seu rosto, e usou o impulso para girar, desviando de um raio que estalou atrás dele. Um pedaço de metal retorcido, arrancado da estrutura do navio, voou em sua direção. Com um movimento rápido, Dante agarrou o metal, usando-o como escudo improvisado contra um enxame de estilhaços que choveram do teto.

A cada passo, a tensão aumentava. O ar vibrava com a energia liberada, e o cheiro de ozônio queimado preenchia as narinas de Dante. Ele podia sentir a presença de Benadetta, uma aura de dor e fúria que emanava dela como uma onda de calor. Ele sabia que o menor erro seria fatal, mas ainda assim ele se forçava além do limite se impulsionando para frente, um predador determinado a abater sua presa.

Anna, enquanto isso, continuava a disparar rajadas de éter, mantendo Benadetta pressionada. A cada explosão, o chão tremia, e pedaços de concreto se soltavam das paredes. Anna moveu-se com graciosidade, com seus saltos e disparos mantendo um padrão rítmico, quase uma dança sem fechar os olhos sabendo que estava indo além dos limites e que caso a investida não dece certo não haveria nada que ela pudesse fazer.

Quando Dante finalmente alcançou Benadetta, o tempo voltou ao normal. A lâmina de Dante brilhou com energia vermelha, Relâmpagos vermelhos emergem da lâmina de Dante, e vários tecidos musculares assim como nervos dentro de seu braço estouram ao ir além dos limites.  e assim um grito escapa de sua garganta.

— Divida a luz e o relâmpago, Takemikazuchi!

 O corte foi rápido e limpo, dividindo Benadetta em dois antes que ela pudesse reagir. O impacto da explosão lançou Dante contra a parede, seu corpo colidindo com força contra o metal, sem ar e completamente esgotado, sem nem mesmo o'que vomitar ou botar pra fora e sem forças para isso.

Anna começa a ir na direção de Dante, vendo-o no chão e se sentando de joelhos na frente dele, também completamente exaurida. Dante começa a rir, olhando para ela, e então fala:

— Eu nunca mais faço isso de novo…

Mas então algumas figuras se aproximam de Dante, caído no chão, observando-o. Anna começa a se posicionar como se quisesse protegê-lo, mas ela também já estava completamente exausta. O grupo de figuras bizarras eram os membros da Horizon, que assumem seus postos em volta dele, sem falar nada. Dante os encara, sem saber o que eles queriam, quando Rasputin é o primeiro a se pronunciar.

— Do jeito que nosso companheiro está aqui, não acho que ele tenha muita escolha caso a gente decida levá-lo para passear. Sendo assim, o que vocês acham? Levamos ele?

O grupo permanece em silêncio, cada um fazendo uma feição diferente, observando-o, e Dante continua tentando entender o que estava acontecendo, mas Kali toma a frente e fala:

— Não, ainda não sei dizer se ele será realmente útil. Irei voltar e ver o progresso das habilidades dele em outra hora. Afinal, Niklaus não parece se importar em deixá-lo livre por mais um tempo.

Ao escutar aquele nome, todos os ossos de Dante tremem. Muitas coisas haviam mudado no garoto após ele ter despertado. Talvez o Dante de antigamente tivesse morrido e um novo tivesse nascido. Eram tantas mudanças que já não dava mais para dizer que ele ainda era aquele Dante da torre. Ainda assim, como se antes de morrer, Dante tivesse marcado algo, uma mensagem presa e fixada no fundo da mente de Dante: “Você não precisa ser eu, você não precisa lembrar de mim, mas nunca se esqueça daquele sentimento.” Assim, um olhar assassino, cheio de um ódio profundo e poderoso, aparece no rosto de Dante enquanto encara Kali com uma expressão não vista até então. Todos reagem àquilo como se soubessem exatamente o que era aquele sentimento, como se todos ali já tivessem sentido aquele ódio uma vez na vida. Assim, Rasputin ri, sem entender o que Niklaus estava bolando, colocando como membro da equipe alguém que estava dedicando sua vida a matar. Kali, então, responde ao olhar de Dante com um olhar frio e quieto, mas com tanto ódio quanto o de Dante, como se estivesse dizendo para ele se pôr em seu lugar, sem nem mesmo abrir a boca ou proferir uma única palavra. Mas Dante não muda sua expressão nem um pouco. Perdendo o controle de sua mente por alguns segundos, Kali começa a desembainhar sua lâmina quando, no mesmo segundo, duas outras garotas aparecem entre Dante e Kali, uma com uma lança e outra com uma katana.

— Opa, se for continuar com isso, acho que vamos ter que interferir.

Kali as ignora totalmente, continuando a encarar apenas Dante, quando, de repente, Ceto também entra na sala, notando o que estava acontecendo, corre na direção de Kali e a para.

— Idiota, você sabe o que vai acontecer se atacar ele, não é? Já conseguimos o que queríamos, então vamos logo embora. O novato capturou o Avatar.

Dante fica sem entender quando Ceto caminha até o corpo de Benadetta e junta as duas partes. Assim, todos se reúnem em volta dela, ainda encarando Dante e as duas garotas misteriosas. Kali, então, fala:

— Nos veremos de novo em breve, Scarlune Dante.

Assim, o chão começa a queimar e o grupo começa a desaparecer no meio das chamas, enquanto Dante grita:

— Para onde vocês estão indo? O que vão fazer com ela? E onde, droga, está o Niklaus? Me respondam!

Dante tenta se esticar, mas o corpo continua a sangrar e sua consciência vai apagando. Assim, antes de perder a consciência, a última coisa que ele vê são os olhos de Kali em meio às chamas. Após isso, as duas garotas começam a tratar das feridas de Anna e Dante e os ajudam, carregando-os até o salão de festas. Anna, que ainda tinha consciência, as questiona pelo caminho.

— Quem são vocês?

— Como viu, viemos ajudar.

— Eu consegui sentir isso só pelo éter. Se fossem inimigas, eu não deixaria vocês se aproximarem assim, mas isso ainda não responde à minha pergunta.

— …

As duas ficam se encarando e a mais velha das duas, carregando Dante, fala:

— Meu nome é Yuki e o da garota carregando você é Mirai. Estamos encarregadas de ser seus guarda-costas pelo Trono de Deus.

— Espera, Yuki, não sabemos se podíamos sair revelando assim.

— É o jeito mais rápido, muito melhor que ficar inventando desculpas.

Anna sorri antes de perder a consciência também nas costas de Mirai e fala, antes de relaxar:

— Guarda-costas, é… ou será que são vigias…

— Ela percebeu, hahaha.

— Isso é sério? O que vamos fazer agora?

— Já disse, relaxa. Eles saberem ou não, não vai mudar muita coisa. Por enquanto, vamos nos concentrar em dar o fora daqui.

Parte 4

Todos na sala de transmissão se encaravam, sabendo que a decisão precisava ser tomada, enquanto Luck era o único concentrado na tela que mostrava o resultado da batalha. Assim que viu que Dante estava bem, se virou e falou:

— Certo, então todos vocês voltem agora, eu me encarrego disso.

Todos o encararam sem acreditar, e Kurokawa foi até ele e bateu em seu rosto.

— Você ficou idiota? Acha que, salvando o Dante à custa da sua vida, vai estar o ajudando? Ele acabou de perder alguém importante para ele. E daí que ele mudou ou sei lá o quê? Como acha que ele vai se sentir quando acordar nesse novo mundo, sabendo que as duas pessoas que importam para ele morreram para o salvar?

Luck não conseguiu contra-argumentar. Assim, Chuya sentiu um peso no coração e falou:

— Gente, eu preciso dizer… que eu não quero morrer. Foi mal, mas eu acabei de começar minha nova vida agora, trabalhando direito, dormindo em um teto legal. Finalmente estou aproveitando a vida de uma pessoa comum.

Miguel se aproximou e falou:

— Espera, não foi você quem deixou os mafiosos entrarem, achando que eles estavam contrabandeando drogas?

— Droga, Miguel! Por que quando você abre a boca para falar muito é sempre para me ferrar? Por acaso não somos amigos, desgraçado?

Mas Danael fala para todos pararem. Quando ele veio a essa sala, já havia decidido, de qualquer forma, que seria ele. Como ele disse, ele era o dono desse navio atualmente, o capitão que afunda com ele. Isso era responsabilidade dele como chefe de segurança. De repente, Sophi corre na direção dele, tentando golpeá-lo na cabeça, mas Danael a impede. Todos ficam sem entender, mas Danael, segurando-a, fala:

— Que filha tola, achou mesmo que eu não ia perceber? Queria me nocautear para ficar no meu lugar, não é?

— Espera… você lembra d—

Assim, Danael a nocauteia e a entrega para Luck, pedindo para que eles a levassem, e dando um caderno para Kurokawa, pedindo para ela entregar a Sophi quando ela acordasse. Kurokawa pergunta ao homem se ele sabia quem era ela, mas Danael nega. Ele não sabia, mas vendo como ela o olhava, como ela sabia sobre como usar a alavanca e esse desejo de o salvar mesmo a custo da sua vida….

— Não, eu estou mentindo. Isso não dá para ser chamado de dedução, eu posso até não lembrar dela, mas esse sentimento me diz tudo que eu preciso saber. Não importa o que o tempo faça, não tem como um pai esquecer de sua filha. Agora vão, tirem ela logo daqui.

Assim, Miguel teletransporta todos até o salão de festa. Assim, enquanto o navio lentamente caía na fenda espacial, Danael puxava a alavanca e segurava, e todos mergulhavam no portal, escapando do navio.

Bilhete escondido na última página do caderno de Danael:

Foi mal, terei que ser curto e, nessas horas, estranhamente sempre me faltam palavras e eu não sei o que falar. Então, começarei assim: sabe, eu sempre achei que minha habilidade, ser a capacidade de anotar coisas em meu caderno, devia ser porque meu destino era ser detetive, para me ajudar a anotar as pistas dos casos que encontrava, mas agora percebo que não era isso. Minha habilidade veio para esse momento, para que eu possa finalmente agir como um pai. Eu sei que vai doer, eu sei que você queria mudar e não aceitar, mas entenda, garota, me deixe uma vez agir como pai e aceite minha escolha, pois não existe nenhum pai que deseje morrer antes de seus filhos.

Assim, o navio caía dentro da fenda e desaparecia, junto de Danael, levando consigo todas as memórias daquele evento que jamais será esquecido, e agora adormecendo onde quer que ele tenha ido parar.

Parte 5

Alguns dias depois...

Kurokawa vagava pelo Colégio Babylon, que havia mudado bastante. A ilha flutuante, que já era enorme, possuindo facilmente uma cidade flutuante, acabou ficando maior durante esse tempo, e algumas novas ilhas flutuavam à sua volta, como se tivessem sido agregadas à ilha principal. Já haviam se passado três dias desde o fim do incidente no navio espacial. Após atravessarem o portal para fugir, todos os passageiros foram levados à cidade de metal no continente de Elysium e uma enorme comoção aconteceu, já que muitos que viram a live de Luana foram para o local: repórteres, outros streamers e curiosos, além de muitos agentes de equipes de investigação vindos de outros continentes, já que queriam confirmar o quanto a Luminary Labs sabia sobre o que iria acontecer. Dependendo da resposta, eles poderiam ser tão responsabilizados quanto os terroristas. No final, as atividades da Luminary foram suspensas e a maioria dos membros, assim como o cabeça da empresa, foram mantidos sob vigilância. No mundo todo, não se falou sobre outra coisa além do grande incidente do Titanic, o navio que supostamente agora dorme nas profundezas de outra dimensão, ou é o que a maioria dos estudiosos disseram. Ainda há alguma chance de o navio continuar existindo e estão sendo feitas várias reuniões com os líderes da União da Rosa-cruz para decidir se deveria ou não ser feita uma tentativa de resgate do navio. Ainda assim, fica difícil ver isso sendo decidido tão cedo. Os sobreviventes do Titanic foram escoltados por organizações de segurança para não serem incomodados por repórteres e jornalistas. Ainda assim, algumas pessoas aproveitaram essa atenção que estavam recebendo a seu favor. Luana aproveitou todo o grande público que havia ido para seu canal e monetizou sobre o incidente o máximo possível, escrevendo um livro e uma pequena série de vídeos em seu canal, nomeados de "8 Dias no Titanic". Nós, que fomos teleportados por Alaya, nem imaginávamos que o navio já estava há tanto tempo vagando, e em um único dia vimos tudo desandar. Chuya, Miguel e Sophi acabaram se matriculando em Babylon e vieram para a escola. Pelo visto, Chuya conseguiu evitar a demissão e a prisão, mas como a Luminary Labs acabou fechando temporariamente, ele não tinha mais como continuar trabalhando lá. Foi quando alguns professores, junto do próprio Aleister, apareceram na cidade de Elysium, chamando todos os envolvidos para estudarem em seu colégio, com a cara mais descontraída possível, como se chamassem pessoas para tomar sorvete ou algo assim. No início, Chuya não parecia muito interessado, mas Aleister facilmente o convenceu quando começou a explicar o sistema de recompensas que os alunos possuíam ao concluir missões, como também o novo sistema estabelecido nesses 20 anos, que garantia aos alunos um salário mínimo mensal para aqueles que não queriam ou não conseguiam fazer missões no colégio, para ninguém se sentir forçado ou algo assim. Pelo visto, o colégio cresceu bastante nos últimos vinte anos. Sobre Dante, depois que ele terminou a luta, acabou desmaiando e continuou dormindo por dias, e ainda não acordou. Todos os médicos de Babylon o examinaram, mas parece que ele só esgotou todo seu éter e logo acordaria. Não houveram muitos, além de Aleister e Vlad, que perceberam que Dante era um dos Avatares que foram exibidos pela transmissão de Luana, e eles concordaram em manter isso em segredo, embora eu ache que isso vai ter algum preço mais tarde. Também tinha aquelas garotas que trouxeram Dante e Anna, elas não saíram de perto desde então e ainda se matricularam também no colégio. Elas, sem dúvidas, são suspeitas. Hoje, após um bom descanso, parece que voltaríamos à correria, já que fomos readmitidos no colégio e voltaremos às aulas. Eu e Luck concordamos em ir confirmar se Dante acordaria hoje, sinceramente, mesmo que ele esteja bem, continua sendo preocupante.

De repente, Kurokawa tromba de frente com alguém enquanto caminhava.

— Ah, me desculpa!

— Kurokawa? De novo com isso? Eu já disse para não escrever enquanto caminha…

— Sophi! Ah, foi mal, é que eu estou começando a gostar muito de escrever no meu diário, mas sempre acabo sem muito tempo, então aproveito todo momento a sós que posso.

— Vou dizer que entendi.

Sophi a ajuda a levantar e começa a encarar o diário de Kurokawa.

— Falando nisso, eu nunca perguntei, mas por que você começou com isso de escrever em um diário? Você disse que não fazia isso antes, né?

— Ah…

Kurokawa ficava vermelha, pensando se devia dizer, morrendo de vergonha. Então, ela começa a mover a perna, desenhando um círculo no chão, e começa a falar:

— É que toda a sua história de escrever vários livros enquanto estava vivendo em loops e a história do seu pai, que também vivia escrevendo e deixando aquele bilhete para você, eu não sei, mas eu achei tão incrível que eu senti que também queria começar a escrever.

—… hahaha, espera, então foi por isso que você comprou um diário como o caderno de anotação dele?

— Eu sei que é esquisito, mas não ria.

Assim, Sophi a traz mais para perto e fala:

— Eu não achei esquisito, é um bom caderno e eu gostei de verdade.

Kurokawa fica mais vermelha e, então, começa a se afastar, gaguejando, indo para o quarto de Dante, enquanto Sophi a seguia, meio confusa com a reação de Kurokawa, mas a achando engraçada.

Eu realmente não sei por que, mas a Sophi mudou tanto desde aquilo tudo. A Sophi tem agido de um jeito tão… Hummm, acho que ela está fazendo de propósito.

Sophi começou a caminhar mais rápido e se virou um pouco, prestando atenção no rosto de Kurokawa.

— Tá pensando em mim, não é?

— O quê! Eu não sei do que você está falando.

Assim, Kurokawa vermelha se vira para o quarto de Dante e abre.

— Vamos, o Luck pode já ter chegado e a gente vai estar deixando ele esperando.

Dentro do quarto de Dante, Kurokawa olha para a cama de Dante e para, ficando ainda mais vermelha. Sophi entra atrás dela, colocando seu pescoço sobre o ombro de Kurokawa, olhando para a cama também e assobiando.

— Nossa, ele não perdeu tempo, hein?

Luck, junto de Mirai, uma das irmãs que havia resgatado Dante e Anna, chegam no quarto de Dante também. Vendo a porta aberta, param de conversar e começam a entrar.

— Sophi, Kurokawa! O que foi?

Sophi se vira um pouco, mexendo sua cabeça para a direção da cama de Dante, enquanto Kurokawa continua como uma estátua, toda vermelha. Luck se esticou e, quando viu a cama de Dante, colocou a mão no rosto e baixinho falou:

— Lá vamos nós de novo.

Mirai, sem entender, pede licença e começa a entrar para ver a cena também. Assim que entra, ela deixa o pirulito da boca cair e grita. O grito alto fez Dante acordar confuso e sem entender. Então, ele nota o grupo o encarando, começa a se espreguiçar sem entender quando nota que não tinha espaço para isso e que não podia mover suas mãos. Assim, ele vai olhando em volta e nota, de um dos lados, uma garota que nunca tinha visto antes, nua, em sua cama com ele. Começando a tentar entender a situação, ele olha para o grupo o encarando, Sophi com um sorrisinho, Luck tapando o rosto sem esperanças e Mirai com um olhar assassino.

— Espera, calma… Luck, situação, rápido, situação…

— Eu bem que também queria saber.

Mirai ia retirando uma katana de dentro de uma capa de guarda-chuva.

— Pervertido maldito, o que acha que está fazendo com a minha irmã…

— ESPERA CALMA, SEM MEDIDAS DRÁSTICAS, ISSO NÃO É ESSE TIPO DE ANIME, EU NEM SEI QUEM É ELA!!

— Ah, entendi, então você é o pior tipo de lixo que dormiria com qualquer uma sem nem a conhecer, tá certo, já sei o que escrever na sua lápide.

— NÃO!!!! KUROKAWA, FALA ALGO, ME AJUDA!

Kurokawa começava a voltar à realidade, tentando falar algo, ainda morrendo de vergonha:

— Então, ele estava inconsciente todo esse tempo, eu acho que ele não conseguiria fa-fa-fazer esse tipo de coisa…

À medida que falava, ela gaguejava e ficava mais vermelha que um camarão.

— Você ouviu ela, né? ENTÃO, POR FAVOR, GUARDA ESSA KATANA!!!

Assim, do outro lado da cama, uma garota se mexendo tenta cobrir seu rosto instintivamente com o cobertor e começa a falar, fazendo com que todos percebam sua presença.

— Hum… que claridade, me deixa dormir um pouco mais… você pode continuar me tocando, mas apaga essa luz…

Assim, a cara de Dante fica completamente branca, enquanto Kurokawa se agacha, escondendo o próprio rosto e pedindo desculpas por atrapalhar. Sophi e Luck começam a encarar Dante com um sorrisinho, e Mirai, olhando, fala:

— Então, as suas últimas palavras?

— Anna… por quê?…

Naquele momento, vários gritos foram escutados por toda a área dos dormitórios no colégio, criando até uma pequena lenda urbana sobre o garoto morto que vagava gritando pelos dormitórios do colégio.

Parte 6

Corredores de Babylon

O grupo caminhava na mesma direção, enquanto Dante caminha com um saco de gelo na cabeça. Ele olhava para Mirai, vindo atrás, e ela respondia com um olhar frio e sem compaixão. Luck chegava perto e começava a cutucar a cabeça dele.

— MALDITO, TÁ DOENDO, DESGRAÇA!

Assim, Luck começava a sorrir, observando-o, e Dante ficava sem entender. “Luck, eu não vou te julgar se você virou masoquista e começou a gostar de ser xingado, mas vou deixar claro, eu não torço pra esse time.” Luck, então, dá um soco na cabeça de Dante, que pensa em gritar, mas não consegue de tanta dor. Ele começa a cambalear, segurando a cabeça, e é pego, antes de cair, por Yuki e suas almofadas macias. Mas então Dante começa a perceber que não eram almofadas e se afasta segundos antes de ser cortado pela espada de Mirai.

— Eu já disse para não se aproximar assim da minha irmã!

— Não foi de propósito, sabia!

— Ah, sei. Do mesmo jeito que não vai ser de propósito quando eu cortar essa coisa perigosa que você carrega no meio das pernas.

Dante, observando o fio da katana de Mirai, começa a imaginar coisas que fazem ele sentir tanto medo que começa a suar frio.

— Qual foi, Mirai? Não precisa de tanto, só estávamos tendo um pouco de contato físico.

Yuki se aproxima de Dante, fazendo carinho na cabeça dele, mudando a feição pálida de Dante para uma vermelha, quando então Sophi, Kurokawa e Anna param ao lado.

— Hum, então você gosta quando ela faz carinho na sua cabeça, Dante.

Mirai pega a katana de novo e Dante salta para cima, saindo de perto.

— Hun, do que você tá falando, Anna? Eu só fiquei vermelho porque….

— Não precisa dizer, eu escutei na sua cabeça.

Anna falava com uma expressão fofa enquanto comia um pão de melão e, depois de mastigar, fazendo um sorrisinho fofo, sentindo o doce do pão, fala:

— Eu sei que você ficou com vergonha porque, quando ela se aproximou, você lembrou de hoje de manhã e começou a imaginar onde suas mãos estavam tocando. Ah, falando nisso, eu sei onde elas estavam tocando em mim, então eu posso imaginar.

Yuki se levanta com uma cara meio assanhada, se aproximando de Dante com seus seios e, olhando para a cara dele, sussurra:

— Se me perguntar, eu posso até contar.

Dante fica vermelho, dando um sorriso, quando então volta a olhar para Mirai com um ar gélido e um éter branco em volta do corpo.

— Tá certo, entendi. Acho que vou ter que apagar a sua memória.

Luck começa a rir e fala:

— Ainda bem, não acredito que vou falar isso, mas tô feliz que nem tudo mudou.

Assim, Dante se vira, se afastando, correndo o mais rápido que podia, enquanto Mirai o perseguia. “Droga, Luck, para de rir e me salva, ela vai me matar.” Mas então Mirai desacelera, e Dante, que estava correndo olhando para trás, colide com alguém e ambos caem.

— Ah, me desculpa, eu não vi…..

Ele começava a falar até ver quem era do outro lado e, assim, ele começava a chorar. “Por favor, deixe eu ao menos escrever meu testamento.” Beatrice, que havia caído para trás, o observava e um olhar assassino tomava conta de sua face. Mio, que caminhava ao lado, botava a mão no rosto e dizia:

— Foi mal, garoto, mas dessa vez você pediu.

Dante começou a juntar as mãos como se estivesse rezando por uma morte rápida e indolor. Todos observavam, esperando ver a morte mais rápida e instantânea possível, mas então Beatrice se levanta, o encara e entra dentro da sala, deixando todos sem entender. Luck e os outros ficam tão confusos que começam a entrar na sala em silêncio, pensando se alguma coisa tinha acontecido, enquanto Yuki tinha que parar Mirai, que ainda parecia querer atacar Dante, dizendo que esse não era o momento, pois todos entraram em outro clima. Dentro da sala, tinha algumas figuras conhecidas e outras não. Miguel e Chuya também estavam lá, assim como um dos companheiros de Levy, o garoto de cabelos pretos e espetados, Kaiser. Também tinha Morgan e alguns outros que eles nunca viram. A sala tinha menos pessoas que a antiga sala de Luck e Dante, mas algo nos atuais parecia fazê-los destacar bastante. Todos começam a sentar-se em suas mesas e começam a esperar o professor. Anna se senta ao lado de Dante e começa a falar com ele enquanto espera.

— Ei, como você se sente sabendo que voltou para o primeiro ano?

—…. eu não quero falar sobre isso.

— Hum, então é sobre ter gasto toda a sorte da sua vida não morrendo pra Beatrice agora pouco?

— Como você sabe o— quer saber, esquece, também não quero falar sobre isso.

— Hmmm, então como você acha que vai ser nosso professor?

—…. bem que eu queria a professora Lilith.

— Acho que você tá com sorte.

— Sério? Por quê?

— Pelo que eu vi nas suas memórias, o sobrenome da sua antiga professora era Azazel, certo?

— Sim, e…?

— Não viu ainda? Lá na mesa.

Na mesa do professor, havia uma pequena placa escrita Azazel, significando que esse era o sobrenome do professor.

— SÉRIO?

E quando todos escutam passos do lado de fora, Dante começa a se animar e, assim, o professor começa a entrar na sala com longos cabelos vermelhos, um sorriso de matar, usando calça e uma camisa branca, um homem que lembrava a aparência de Lilith entrava na sala e se apresentava.

— Olá a todos, meu nome é Ryunosuke Azazel, como muitos devem saber, eu sou o filho de Aleister Crowley, nosso diretor, mas preferi ficar com o sobrenome da minha mãe. Bom, a partir de hoje, eu serei o professor de vocês.

— NÃOOOOOO, ALEISTER, SEU MALDITOOOOOO!

Parte 7

Dormitórios Masculinos: Quarto de Dante

No quarto de Dante, que deveria estar vazio após ele e seu grupo terem ido para a sala, uma figura estranha falava através de um comunicador mágico em seu ouvido. A mesma observava todo o quarto enquanto conversava e, assim, se senta na cama.

— Eh, como você previu, ele acordou hoje. Ele foi para a escola, então imagino que deva estar tudo bem.

Do outro lado da linha, um homem com voz forte e grave falava, com um tom imponente.

— Imagino que os outros já devam ter feito suas ações para se aproximar dele.

— E tem duas garotas do Trono de Deus, que parecem ter ficado bem próximas dele. Imagino que seja para conseguir trazê-lo para o seu lado.

— Hum, mas imagino que saiba o que você deve fazer, Layla.

— Eu sei, não se preocupe. Eu vou garantir que ele não acabe morto e enganado, e garantir que ele venha para o nosso lado no momento certo. Então, não precisa ficar tão preocupado, Klaus, pode confiar em mim.

— Ah, essas palavras vindas de você não me convencem nem um pouco, mas como esse é um caso especial e sei sobre sua relação com ele, deixarei que faça como achar melhor. Esperarei contato.

ENTRELINHAS - 

Fala galera! Pois bem, chegamos ao fim do volume dois. Neste volume, acabei encontrando mais dificuldades do que imaginava, em comparação ao anterior. Em contrapartida, consegui sentir que me diverti bem escrevendo este. No próximo arco, irei numa outra vertente para ver se consigo casar o divertimento com os problemas que senti escrevendo, que foi o fato de tudo ser meio às peças, fazendo um arco bem maior, que vai ser consideravelmente mais longo.

Sobre a nossa narradora do primeiro capítulo, ela continuará aparecendo. Se ela aparecer mais pelos volumes, ou continuará aparecendo em apenas capítulos específicos, vai depender do seu feedback. Ademais, mais uma vez agradeço a todos que decidiram acompanhar minha história. Já trago uma ótima notícia: consegui um ilustrador para fazer as artes dos meus personagens e já estou escrevendo o próximo arco.

Agora, não se esqueçam de dar um feedback sério, isso é muito importante e me deixa muito feliz. Nos vemos no próximo volume! ;3. 

Historia Escrita e revisada por AngelDarkCanal do Youtube : @AngelDarkAMV  


  • Aviso


Esta obra é uma ficção e não deve ser interpretada como uma representação da realidade. A obra contém cenas pesadas, que podem ser perturbadoras para alguns leitores. Se você se sentir desconfortável com esses temas, sugerimos que não leia a obra.


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