The Fall of the Stars: Capítulo 3 - Ouroboros
- AngelDark

- 14 de jul.
- 46 min de leitura
Volume 2 : Enigma
Parte 1
Outra Linha do Tempo:
Do sexto andar para baixo era tudo o que sobrava. A garota com o corpo de Danael nos braços chorava, enquanto olhava em volta para todo o sangue e a pilha de corpos.
— Eu nunca vou te perdoar, eu jamais vou aceitar esse destino.
Enquanto isso, uma garota sorrindo, sentada em cima do corpo de Barone, a encarava.
— Foi mal, Sophi, mas eu já te disse as regras. Vocês perderam, não há nada que possa ser feito. Não conseguiram resolver o enigma a tempo, nem conseguiram impedir o caos e o frenesi que só aumentavam. Mas foram habilidosos, conseguiram me surpreender dessa vez. Não esperava que conseguisse arrastar até o Trono de Deus para a brincadeira. Foi quando eu percebi que algo estava errado, tinha uma peça que eu não havia previsto. Eu me pergunto quantas vezes você já repetiu essa brincadeira, quantas vezes você já reviveu o mesmo dia. Bom, mas independente disso, como você mesma viu, isso não mudou nada.
— Mesmo que dessa vez eu não tenha conseguido, na próxima com certeza eu vou.
— Qual é, você ainda não aprendeu? Achei que fosse um conhecimento comum ensinado a todos com a capacidade de manipular o tempo: não tente manipular o tempo ou ele vai vir atrás de você.
A garota à frente falava sobre um antigo ditado e lei universal que todos os usuários de habilidades ligadas ao tempo deveriam obedecer: não use seus poderes para alterar os eventos que te desagradam, pois sempre que alguém tenta levar vantagem sobre o tempo, ele volta trazendo muito mais malefícios para você.
— Eu sei dessa história idiota, mas acha mesmo que um conto de fadas besta espalhado para assustar as crianças iria me deter? Eu vou achar um jeito de salvar todo mundo, não importa quantas vezes seja necessário.
— À vontade, faça quantas quiser, mas me pergunto como o tempo vai se vingar de uma garotinha tola que tentou mexer com ele. Enquanto você vai, eu vou continuar ouvindo essa orquestra maravilhosa que se espalha pelo navio, veja, consegue ouvir?
Assim, explosões aconteciam, tiros e destruição se espalhavam mais freneticamente do que nunca, enquanto um buraco no meio do espaço se abria e todo o Titanic começava a ser puxado para dentro dele. Sophi deu um beijo na testa de Danael e falou: “Eu juro, da próxima vez, sem dúvidas nenhuma, eu vou salvar você”. E assim ela usou sua habilidade mais uma vez e, assim como nas várias outras, tudo rebobinava.
Parte 2
Presente :
No parque aquático do décimo andar, estava Kurokawa imobilizando Sophi, que havia tentado ameaçá-la com uma arma anteriormente, mas agora falava coisas estranhas que Kurokawa simplesmente não conseguia entender.
— Se quer que eu entenda algo, acho que vai ter que dar um pouco mais de contexto.
— Mesmo que eu explique, você não vai entender, não vai acreditar em mim.
— Recentemente eu acabei vendo bastante coisas estranhas, então se quer me dizer algo difícil de entender, a hora é agora.
— Eu viajei no tempo, estou viajando no tempo várias vezes tentando salvar todo mundo desse navio e o meu pai, mas independente de quantas vezes eu tente, tudo parece voltar a se repetir de novo e de novo, é como se o próprio tempo quisesse zombar de mim. Cada vez que eu volto, tudo parece piorar, e ainda menos pessoas parecem se lembrar de mim, estou com tanto medo de falhar de novo, mas também de chegar no dia em que eu olhe para o meu pai e ele nem se lembre de mim, mas se eu não continuar voltando, ele vai…
A garota soltou uma bomba de informações no colo de Kurokawa do nada. Ela meio que já esperava algo estranho, mas essa com certeza a pegou de surpresa.
— Olha, eu não vou te atacar e eu acredito em você, por isso eu vou te soltar, mas tem que me prometer que você não vai fazer nada louco como me atacar ou atirar na garota assim que ficar livre.
A garota mexeu a cabeça concordando. Assim, Kurokawa a soltou e a garota começou a limpar o rosto das lágrimas que começaram a cair.
Ela parece desesperada e não dorme há dias, eu não sei bem se entendo o que ela falou, mas não tenho dúvidas de que deve ser verdade.
— Tá certo, me diga aí como tudo vai acabar e o que você já tentou fazer, vamos pensar juntas e talvez consigamos chegar em alguma resposta.
A garota a encarou com os olhos bem abertos, sem acreditar.
— Espera, você… você acredita mesmo em mim?
— Eu já disse, não? Recentemente coisas bem estranhas vêm acontecendo comigo.
Sophi conta tudo sobre o que ela experimentou da primeira vez em que viajou no Titanic e das mudanças que aconteceram nas viagens seguintes. As primeiras possuíam poucos detalhes, mas depois da quarta, Sophi aprendeu a lição e começou a anotar todas as coisas que aconteciam para ver quais delas acabavam sendo diferentes e quais se mantinham iguais. Depois, mandava os cadernos com as anotações para uma área fora do tempo que ela podia acessar de qualquer linha do tempo. Mas a questão era que Sophi já havia voltado tantas vezes que o número de cadernos de anotação já havia passado dos milhares. Mas Kurokawa não conseguia esconder o quão impressionada estava com Sophi por ter tido determinação para ter suportado isso por tanto tempo sem enlouquecer.
— Bom, eu realmente entendo por que você quer matá-la, mas… eu não acho certo matá-la antes que ela faça algo de errado, e pelo que você disse, algo estava possuindo-a, correto?
— Sim, mas…
— Calma, antes de tudo deveríamos ir até Dante, ele também tem poderes de manipulação de tempo, então deve ter uma ideia do que fazer.
— Dante?
Kurokawa dá as características de Dante.
— Espera, eu acho que vi ele enquanto vinha até aqui.
— Sério? Perfeito, então vamos por onde você veio.
Assim, elas voltam pelo caminho que vieram, mas Kurokawa continuava prestando atenção em Sophi, já que notava que, mesmo depois de tudo, não parecia que ela tinha abandonado a ideia de matar a garota.
Parte 3
Sala de Transmissão no Centro do Navio (Entre o Andar 7 e 8)
— Qual é, Adam, dá uma de direita idiota, não deixa ela vencer, hahaha. Sério, foi a melhor ideia, ter mandado aquelas informações para a equipe da Levy. Agora não temos que nos preocupar com ela atrapalhando os planos e ainda posso assistir esse idiota lutando de verdade. Mas não imaginava que a batalha seria desse jeito, ela mistura velocidade e força muito bem, mas é esquisito, nenhum dos dois parece estar indo ao máximo.
Enquanto Ceto assistia à batalha de Adam e Levy, acabou perdendo de vista seu outro alvo, que começou a se mover para uma direção oposta à qual Lucia estava indo, alem disso outros confrontos também aconteciam.
Parte 4
Depósito (14º Andar)
Uma batalha havia começado no décimo quarto andar, e atualmente a mesma se desenrolava fora do campo de visão de todos. Luck, que havia notado que alguém estava fazendo confusão e espalhando dor e morte sem um motivo aparente, e Chuya, que estava desesperadamente tentando resolver a situação dos mafiosos que haviam embarcado no navio por sua responsabilidade, mesmo que a batalha pudesse ser evitada, as personalidades de ambos tornavam impossível isso acontecer. Miguel, afastado, fazia o trabalho de testemunha enquanto os dois animados se colidiam em um confronto frenético. A velocidade de Chuya era inacreditável, conseguindo dar vários movimentos em volta de Luck. No entanto, Luck já estava acostumado a lidar com oponentes várias vezes mais rápidos que ele. "Se eu não posso reagir, só se concentre em contra-atacar." Com esse pensamento, ele deixava Chuya se aproximar. Quando a lâmina de fogo perfurou o ombro de Luck, automaticamente um rebote instantâneo foi acionado por Luck, com um olhar assassino, acertando um soco cheio de chamas e éter bem na cara de Chuya, que o lançou para trás. Sem parar, sabendo que precisava aproveitar toda e qualquer brecha, Luck se impulsionou com chamas na direção de Chuya e, chegando em cima dele, desferiu um chute na cabeça, lançando-o para baixo. Chuya se equilibrou, dissipando a espada de chamas, se apoiando com as mãos no chão e dando um mortal para trás. Assim que fez isso, percebeu Luck em sua frente, pronto para acertar sua cara de novo, mas completamente calmo enquanto o sangue escorria por sua testa. Chuya deixou fumaça sair de sua boca, cobrindo totalmente o local e então fechou os dentes, provocando uma faísca que incendiou toda a fumaça, criando uma explosão de pó. Luck, que dessa vez foi para trás, socou o chão com toda força para se impedir de ir mais longe com o impacto, mas rapidamente um Chuya com a roupa queimada o alcançou com uma espada coberta de chamas. Luck explodiu o chão com as chamas de seu punho e Chuya se afastou, prestando atenção. Ambos pensaram ao mesmo tempo, enquanto continuavam prestando atenção no inimigo à frente: "Ele é forte." Assim, começaram a correr para o lado sem desgrudar os olhos. Luck foi o primeiro a parar. "Eu não posso me conter ou vou perder de novo." Assim, Luck cobriu seus punhos com chamas azuis, moveu as mãos para trás e se impulsionou para frente como se fossem duas turbinas, fechando os punhos novamente. Chuya usou a espada para bloquear, mas nesse segundo notou que as chamas dele estavam sendo consumidas pelas chamas azuis de Luck. Então, largou a espada e tentou chutar a cara dele, mas aguentando o golpe, Luck segurou e então acertou uma de direita no estômago, continuando com ele no punho, descendo o golpe contra o chão enquanto Chuya apertava os dentes com força para não começar a vomitar sangue, mas sem conseguir reagir. De repente, ele escutou algo de seu inimigo, sentindo que algo estava vindo.
— Leve até as estrelas para o fim, Impacto Supernova.
Chuya se desesperou.
— Merda, ele tem uma Arts.
De repente, todo o éter de Luck se reuniu no punho, assim como as chamas espalhadas pelo campo de batalha. Todo o andar começou a tremer e o soco fez Chuya, junto com todo o chão onde eles estavam, cair diretamente para o andar de baixo, e uma explosão de chamas começou a queimar tanto o andar de cima como o de baixo. Miguel se aproximou para ver a cratera e viu Luck ali parado no andar inferior, cercado por destroços e chamas laranjas, enquanto seu punho direito brilhava em azul. Mas no mesmo segundo, um dos destroços enormes foi jogado na direção de Luck. Chuya usou o segundo que atravessou para o andar de baixo e se desprendeu do punho de Luck para se jogar para trás e voar contra a parede por conta do impacto da explosão, ficando momentaneamente sobre os destroços. Mas assim que escapou da vista de Luck, pegou o destroço caído sobre ele e jogou na direção de Luck. Luck, sem conseguir ver Chuya do outro lado, usou seu soco para quebrar o destroço vindo na direção dele, mas percebeu a armadilha depois de jogar o destroço. Chuya começou a correr ao lado do destroço, pronto para o segundo que Luck o quebraria e deixaria uma parte de seu corpo sem proteção. Assim, ele acertou com um chute direto na parte direita do abdômen de Luck e o lançou para trás. Luck voou para dentro de um quarto luxuoso, com uma cama de casal enorme e todo decorado, mas que rapidamente ia se enchendo com a fumaça e o pó que o acompanhavam. Assim que Luck se levantou, começou a olhar para o buraco que havia atravessado, quando notou a estranha linha conectada a ele. No momento em que percebeu o éter de Chuya, tentou arrancar, mas do lado de fora…
— Lento demais, percorra o caminho entre você e seu alvo e incendeie tudo: Ignatius.
De repente, um dragão de fumaça começou a sair da boca de Chuya e percorreu a linha, indo direto em Luck. Ao entrar dentro do quarto em alta velocidade, no instante em que Luck puxou a corda ligada nele, o dragão se incendiou, queimando todo o quarto luxuoso.
— Merda, fiquei tão concentrado em matar o maldito que esqueci dos hóspedes…
Chuya começou a colocar a mão no rosto com uma cara de desespero velado.
— Merda, agora o trem descarrilou de vez, agora estou sendo demitido sem sombra de dúvidas, puta merda, hein.
De repente, ele teve o pior presságio quando na frente dele um Luck encharcado de chamas apareceu, dando um soco de direita no queixo, lançando-o para o alto.
— Merda, por que você não morre, caralho!
Luck sorriu no meio das chamas, saltando e dando outro chute, lançando-o contra o teto e atravessando de volta para o andar de cima. Chuya invocou duas espadas de chamas.
— Quer saber? Se eu vou ser demitido de todo jeito, vou garantir de cortar a sua cabeça primeiro.
De dentro das chamas no andar de baixo, Luck mexeu a mão, apagando o fogo em seu corpo.
— Você está mesmo sem sorte hoje, hein? JACKPOT!
De repente, uma máquina caça-níquel de jackpot apareceu atrás de Luck, e Chuya, mesmo sem olhar, em sua mente conseguiu saber o resultado, como se a habilidade contasse diretamente para ele, assim como o funcionamento da habilidade, sem precisar que Luck abrisse a boca.
"Habilidade Gifted: (Jackpot)
Ao acertar três ataques críticos consecutivos no inimigo, o usuário ganha uma ficha de tentativa para ativar o Jackpot. Ao utilizar a ficha, uma máquina de Jackpot etérea é criada, iniciando o jogo. Existem quatro prêmios possíveis, cada um correspondendo a uma combinação específica. No entanto, também existem quatro combinações de falha.
Pares Diferentes (Falha Leve): Se o resultado for pares diferentes, o usuário não receberá nenhum prêmio e perderá a ficha. Para tentar novamente, será necessário acertar mais três ataques críticos consecutivos no inimigo. O éter usado para gerar a máquina não será restaurado.
Combinação de Falha (Falha Grave): Se o resultado for uma das quatro combinações de falha, além de não receber nenhum prêmio, o usuário será impedido de usar a habilidade Jackpot por 36 horas.
Combinação de Vitória (Sucesso): Se o resultado for uma das quatro combinações de vitória, o usuário receberá um dos quatro buffs disponíveis, dependendo da combinação sorteada.
Regra Adicional: Ao ativar a habilidade, o inimigo conhecerá instantaneamente todos os detalhes do Jackpot. Essa desvantagem foi implementada para aumentar a sorte do usuário em obter um resultado positivo."
— Merda, ele fez com que uma placa de aviso aparecesse dentro do meu cérebro, droga!
Mas antes que Chuya pudesse terminar de cair, em sua frente estava um Luck frenético, com uma aura azul, cabelo azul e, dando um mortal no meio do ar, atingiu Chuya com um chute, lançando-o contra a parede do depósito e voando para as próximas partes do navio. Enquanto deslizava para o salão formal, Chuya, que sentia como se tivesse sido atropelado por um caminhão, olhou em volta, notando que as pessoas que deveriam estar lá desapareceram. Mas antes que ele pudesse refletir de novo, Chuya, que veio correndo freneticamente, já estava em cima dele, socando-o. Quando o punho de Luck desgrudou do rosto de Chuya, o mesmo notou que havia atravessado a parede de outra sala, caindo no teatro do navio. "Merda, esse cara ficou muito mais forte do que antes." Chuya tentou sacar sua espada, mas no mesmo segundo Luck já estava em cima dele, dando um soco no queixo, levantando-o no ar e aplicando vários socos no estômago de Chuya antes dele cair. "Não vai dar, não tem como vencer esse merda..." "Que pensamento de covarde eu acabei de ter." De repente, Chuya prendeu seu pé no chão para não sair voando, soprou fumaça e explodiu. Luck saltou para trás e esquivou. Assim, saindo da explosão cheio de queimaduras causadas por ele mesmo, Chuya começou a chamar Luck para cima, e os dois novamente estavam um em cima do outro, rindo enquanto trocavam socos, um seguido do outro. "Esse maldito notou que eu queria uma luta assim e mesmo assim aceitou, até que esse merda não é tão merda assim, hein?" Enquanto na mente de Luck: "Hum, achei que ele fosse só um valentão idiota, mas mesmo depois de ver nossa diferença de força, ele não recuou ou desanimou, até que esse cara é foda do jeito dele, hein?" Os dois continuaram se socando sem parar enquanto o sangue continuava a cair e as chamas brilhavam, esquentando o campo de batalha ao redor, enquanto Miguel observava tudo a algum tempo, sentado nas cadeiras do teatro, a luta em cima do palco.
— Esses dois se parecem bastante até.
Parte 5
Área de Segurança Máxima (7º andar)
Kali, após ter vencido Mordread, esperava na frente da jaula. De repente, uma música começou a tocar nos alto-falantes da sala, e Kali começou a encarar a câmera do lugar como se estivesse olhando diretamente para Ceto na sala de transmissão.
— Qual é, se essa música não foi feita para momentos assim, para que ela serve? ... Ra Ra Rasputin.
De repente, um homem começou a sair de dentro da jaula, sensualizando e dançando acompanhando o ritmo da música. Sua aparência bizarra não coincidia com os passos extremamente coreografados e joviais que ele fazia, no entanto, parecia combinar perfeitamente com a música. Com seu cabelo liso e longo, sua barba longa, olhos vermelhos e estatura enorme, ele com certeza provocaria medo em qualquer criança. Ainda assim, seus passos e feição carismática conquistavam ao ponto de fazer até mesmo uma criança se aproximar e dançar ao lado dele. Mas Kali ignorava aquilo com a cara de quem não conseguia mais aturar.
— Até quando eu tenho que esperar esse pervertido imortal?
Assim, o homem dá dois pisões no chão, como se estivesse sapateando, e se aproxima de Kali, pegando sua mão e a beijando.
— Ah, sinto muito, minha princesa, não é do feitio de Grigori Rasputin deixar as donzelas esperando.
Mas ao olhar para cima para o rosto da donzela que ele estava beijando a mão, apenas um rosto cheio de desgosto o esperava.
— Acredito que eu não preciso explicar por que eu estou aqui.
— Não, eu já estou sabendo de tudo, Niklaus foi bem específico com os detalhes. Acredito que as outras partes do plano estejam indo como previsto e que este seja o maravilhoso Titanic?
— Você não o viu quando entrou?
— Infelizmente não, já faz muito tempo que eu não vejo nada de fora daquela odiosa jaula, por isso estou muito contente com a minha libertação.
— Agradeça a Niklaus-sama quando voltarmos, então.
— Farei isso com um sorriso no rosto, e com o Astreus que iremos capturar como presente na outra mão, afinal, os modos dizem que é sempre bom levar um presentinho na primeira visita.
— Como quiser, e seja bem-vindo a Horizon.
Kali falava enquanto ambos caminhavam até a saída despreocupadamente, mesmo estando ao lado de um dos maiores criminosos do mundo, como se não fosse nada de especial. Mas, de repente, Rasputin para e olha para uma pilha de corpos cortados e queimados.
— Vai deixar daquele jeito? Experiência própria, os imortais são chatos e vingativos.
— Não dou a mínima.
Assim, eles continuam sem olhar para trás até a saída da prisão e do andar. Alguns minutos depois, o torso da cavaleira líder começa a se arrastar ensanguentado até sua parte de baixo com uma das mãos.
— Horizon….
Parte 6
Corredor entre o Saguão e a Ala dos Dormitórios dos Trabalhadores (4º Andar)
Andando pelo corredor, Danael caminhava sozinho, pensativo.
Sinto que estou perdendo algo, tem mais coisas acontecendo aqui. Se a minha teoria estiver certa, o assassino trabalha sozinho ou com apenas um parceiro, mas com tão pouca gente ele não conseguiria dominar a sala de transmissão e gerar tanta bagunça para deixar todos os QGs de guarda tão dessincronizados. Parece que tem bem mais. Mas será que o assassino teria um exército? Não, idiota, pensa melhor, isso não faria sentido. A maneira que ele matou, o local que ele escolheu para se vingar, não é algo que alguém que pudesse mover um exército faria. Sendo assim, ele deve estar se aproveitando. Uma confusão deve ter começado pelo navio e o assassino está se aproveitando disso a seu favor. Mas como ele teria descoberto que a sala de transmissão seria tomada? E isso só pode ser essa a resposta: a assassina deve ser a própria Benadetta. Ela deve ter visto com sua clarividência o melhor local para matar Barone e o melhor momento, sabendo de toda a confusão que aconteceria no Titanic e no fato dele estar longe do resto da família para poder pedir ajuda.
De repente, ele nota Alphonse vindo da direção oposta a ele pelo corredor.
— Senhor Danael, senhor.
— Alphonse, o que aconteceu?
— O senhor já percebeu? Somente o senhor mesmo. Venha comigo, preciso mostrar isso urgente.
De repente, ele o segue e ambos vão juntos até os dormitórios dos trabalhadores. Chegando lá, ambos encontram outro corpo morto e preso na parede na mesma posição da última. Alphonse não tinha como saber quem era a vítima, mas Danael, no minuto que botou seus olhos, notou quem era: Leon, um dos membros do Grupo de Morgan e Nyan.
— Eu acabei vendo a cena quando passei procurando por Benadetta, nem dá para acreditar. Mas eu fiquei pensando e lembrei que tinha visto esse cara na lista de passageiros, então isso significa que o alvo dessa vez não foi um membro da família Salazar. O que acha, senhor, será um impostor ou na verdade o objetivo do assassino é outro?
De repente, uma bala atinge o ombro de Alphonse e ele cai para trás. Aparecendo embaixo dele, Danael, com duas pistolas, começa a encher o corpo de Alphonse de bala e o chuta para o lado, colidindo-o com a parede. O homem então retira seu cartucho de balas e prepara os novos do cano da arma. Uma aura de éter azul aparece.
—... como descobriu?
— Um, o que foi, Alphonse, quer uma demonstração final? Você realmente virou um fã, né…
Assim, Danael começa a se explicar enquanto Alphonse saía da parede.
— Foi simples, você foi burro, cometeu erros demais. Eu já sabia que algumas coisas estavam erradas, Alphonse, eu só queria ver seus objetivos e se você fazia parte do grupo do assassino ou da outra força que estava em ação no navio. Pensa bem, a única pessoa para quem eu informei que iria atrás do assassino era um dos soldados da perícia que estavam transportando o corpo de Emily, mas a questão é que eu fui específico com ele dizendo que agiria sozinho, sendo assim, quem te ordenou a ser meu parceiro quando estamos sem comunicação ? Além do mais, eu, como chefe daquele departamento, recebi os documentos de todos os novatos que seriam movidos para minha área, acha mesmo que eu esqueceria do rosto de alguém da minha divisão sendo ou não alguém transferido? Se um guarda comete um erro sob a minha supervisão, sou eu quem estarei cometendo esse erro. Agora, vem como eu descobri que você era parte do grupo do assassino e matou Leon, isso foi bem simples, você mentiu para mim, disse que o rosto do garoto estava nos registros dos passageiros, não, pois é, garoto, mentiu feio. Esse é um dos penetras que foram teleportados por Alaya, claro que você não reconheceria ele já que achava que os únicos penetras deviam ser da máfia. Agora o seu motivo? Foi o mais simples de todos, ao ver minhas habilidades em ação, quis me distrair criando uma distração, me fazendo perseguir um impostor ou outro assassino, você ficou em desespero atrás disso, e por isso se separou de mim às pressas mesmo sendo meu suposto parceiro, já que o objetivo inicial de vocês já deve ter sido alcançado.
Enquanto falava, Danael juntava mais partes do quebra-cabeça.
— Barone já deve ter descoberto sobre a morte de sua sobrinha e avisado a família na superfície, e agora os oficiais devem estar sendo movidos para o navio. Vocês não querem se vingar apenas de Barone, mas de toda família Salazar, as informações mal apagadas de Benadetta foram apenas para parecer mal apagadas, fazendo com que nem desconfiasse que as informações de verdade fossem expostas, aquela foto era dela bem nova, mas considerando o tempo em que foi tirada e como se pareceria agora, vocês dois devem se dar bem, gêmeos sempre se dão.
— Incrível como sempre, senhor.
Danael havia acabado de decifrar a charada, Benedetta e seu irmão estavam tentando se vingar contra a família Salazar, e por isso montaram toda aquela armadilha, previram que algo (Astreus) que interessaria a família Salazar apareceria a bordo do navio e assim usou isso de isca para trazê-los em um local onde seria difícil de fugir, onde sabiam que tal confusão aconteceria para poder matar o oficial a bordo e incitar a ira de Stephan, que não aceitaria calado e assim tentaria vir a bordo também para vingar sua família. Mas como Danael havia descoberto e logo conseguiria trazer a paz ao navio e usaria a Lacrima para se comunicar com a superfície, era questão de tempo até permitirem usar os portais de teleporte no piso subterrâneo de emergência e todos escapariam do navio e ele perderia a energia que seria redirecionada para os teleportes e o navio ficaria à deriva sem oxigênio nem nada que permitisse a vida, impossibilitando a vinda dos outros oficiais e a vingança dos irmãos a bordo do navio.
— Alphonse, ainda tem uma coisa que eu não entendi, por acaso eles não deram presentinhos o suficiente ou algo assim?
— Ha, boa senhor, não foi sobre como eles nos trataram, aqueles malditos mataram nossos pais após a previsão da minha irmã e espalharam que ela havia usado seus poderes para que ninguém quisesse ficar perto dela ou de mim, só para terem sob seu poder um clarividente, sabe como foi para nós obedecermos calados por todos esses anos, comer na mão de Stephan fingindo ser parte da família, demorou muito, mas será hoje aqui, onde aquela imprestável família será limpa, e o melhor, a gente nem vai precisar fazer nada de especial, já que aqui nesse navio tem monstros muito maiores do que eles podem lidar.
— Entendi, garoto, realmente uma situação de merda, mas foi mal, não posso deixar isso acontecer durante a minha supervisão.
— Relaxa, senhor, eu entendo o seu lado, e por isso também peço desculpa.
— Desculpa pelo quê?
De repente, Alphonse bebe um líquido semelhante a sangue enquanto é baleado por Danael, que tenta pará-lo. No entanto, mesmo após ser atingido até mesmo na cabeça, o éter de Alphonse começa a aumentar e cobrir toda a sala, como se estivesse inundando os andares inferiores em um oceano. A energia começa a aumentar e, de trás do corpo de Alphonse, várias mãos de escuridão se formam e olhos por todos os braços e palma das mãos aparecem com um triângulo branco na íris vermelha dos olhos. Alphonse começa a rir alto enquanto seu éter se expandia ainda mais e ressoava com mais alguém. De repente, as mãos começam a ir na direção de Danael.
— Que porcaria, hein…
O atingindo e o esmagando contra o teto e atravessando, subindo ainda mais andares e se esticando enquanto a risada perturbadora aumentava e uma feição horrenda e distorcida aparecia na face de Alphonse, Danael começa a ser comprimido contra a barreira do teto do sexto andar e Danael era esmagado.
Parte 7
Dentro de um Sonho
Tudo estava claro e branco em um jardim de rosas brancas. Um garoto observava sua amiga em um caixão, deitada tranquilamente, enquanto havia vários buquês de rosas brancas em volta. Dante era o único que segurava um buquê de crisântemos nas mãos, mas não queria soltá-las. Assim, uma garota loira caminhou até seu lado.
— Você está com medo?
— É claro que estou… Eu não quero mudar, eu não quero perder essa dor no meu peito.
— Mas se você não a perder, se não deixar isso, ela vai continuar te puxando para baixo e você não vai mais subir.
— Você não tem medo? Eu sei que você também não tem ideia do que vai acontecer.
— Acho que todos temos, acho que é normal sentir-se assim.
— Então como… como pode estar tão decidida e não hesitar?
— Até pouco tempo eu não tinha nada, eu não sabia o que era existir, nem como a vida podia ser bonita: as folhas das árvores, as risadas com os amigos, e a visão das estrelas. Mas eu sabia que isso teria seu custo, teria seu preço. O preço de viver é saber que um dia vamos morrer, o preço de conhecer é saber que uma hora iremos nos despedir. Se eu deixar o medo de morrer me impedir de fazer as coisas, eu não vou viver, por isso eu sei que não posso parar, mesmo que eu não saiba o que virá à frente.
— Você é tão corajosa…
— Disso eu não sei, só sei que não quero voltar à criança que só podia olhar.
Dante largou o buquê ao lado de Nero e beijou sua testa, assim voltava para o lado de Anna, e enquanto caminhava as flores sob seu pé mudaram de rosas brancas para flores vermelhas, lírios da aranha vermelha brotavam pelo chão, enquanto Anna o encarava com um sorriso.
— Então se decidiu?
— Quase, se essa for mesmo uma despedida, tem algo que eu preciso fazer.
— E o que é?
— Meu nome é Scarlune Dante, um garoto esquentado que adora pizza e anime, não me dou bem com a minha família, mas adoro meus amigos, então, garota bonita que eu desconheço, posso saber o seu nome?
Anna segurava a risada enquanto o mundo à volta ia se iluminando e desaparecendo.
— Prazer em conhecer você, Dante, meu nome é Anna, somente Anna, uma garota que cansou de apenas observar e quis experimentar o doce e azedo da vida. A verdade é que eu também sou o décimo sétimo Astreus, o Astreus da Possibilidade, espero que possamos nos dar bem.
Os dois começaram a rir enquanto o vento levava as flores pelo chão e, aos poucos, Dante e Anna iam desaparecendo e, mesmo somente rindo e se olhando sem trocar uma palavra, em suas mentes eles conversavam, pensando a mesma coisa ao mesmo tempo: “Da próxima vez, quando nos encontrarmos de novo, seja lá quem formos, vamos fazer direito e nos apresentarmos de novo.” O mundo sumia em um clarão com risadas de alegria ecoando pelo ar junto das flores.
Parte 8
Quartos dos hóspedes (3º andar)
A pequena garota abriu seus olhos enquanto lágrimas escorriam. Morgan e Nyan correram até ela, finalmente relaxando ao ver que ela realmente havia acordado.
— Ainda bem, droga, eu fiquei muito preocupada.
— Sim, é verdade, que ideia é essa de preocupar a gente assim? Ao menos faça quando só a Nyan estiver com você.
— Que história é essa, Morgan?
Enquanto as duas conversavam, notaram que Anna não abriu a boca enquanto as observava. Agora, a garota estava fazendo uma feição completamente nova, simplesmente inocente e confusa. Nem mesmo quando elas a encontraram na torre e ela despertou no futuro, a garota fez aquela feição, deixando as duas mais confusas e preocupadas.
— Ei, Anna… você está realmente bem? Você lembra o que aconteceu ou onde está?
A garota abriu a boca para responder, mas parecia surpresa até com sua própria voz, ficou vermelha e com vergonha antes de voltar a falar.
— Eu lembro da Nyan e da Morgan, eu peço desculpas por deixar vocês preocupadas.
As duas garotas, segurando-a, nem conseguiam acreditar naquilo, vendo uma reação tão fofa e incomum de Anna. À medida que estavam preocupadas, não conseguiam evitar o instinto natural de querer apertar Anna e abraçá-la. "Como é possível? O que aconteceu para ela ficar tão fofa?", as duas pensavam enquanto a apertavam, enquanto Anna move o pescoço, olhando para o teto.
— Eu quero vê-lo…
As duas voltam a se encarar, tentando entender o que estava acontecendo. Eram tantas perguntas que elas nem conseguiam mais saber o que fazer, e quando elas lembram de como Anna era próxima de Dante, percebem que precisavam levá-la até ele se quisessem ter alguma resposta. As duas carregam Anna para o lado de fora nas costas, mas quando começaram a andar pelos corredores, Anna as para, dizendo que tinha algo no andar de cima, convencendo-as a ir observar.
Parte 9
Saguão (13º Andar )
Duas garotas corriam deslizando pelo chão atravessando as paredes como se não fosse nada, os guardas pelo caminho eram cortados pela enorme foice que se expandia e se comportava como sombra, Hinata continuava pressionando Beatrice mais a pequena garota recebia todos os golpes e quando atingia um golpe fazia estrago a mesma saltou na direção dela pegando um dos fuzis dos guardas e esvaziando seu pente na direção de Hinata as balas eram comidas pela escuridão da foice que se estendia e tentava cortar bea que se abaixava e esquivava do ataque.
— Então essa merda aí é a sua habilidade?
Beatrice então corre na direção da arma, enquanto Hinata esperava ela usar sua habilidade, mas ao invés disso, Bea apareceu em sua frente antes que ela piscasse e começou a golpear Hinata, que cobriu seu corpo com escuridão tentando amortecer o impacto dos socos. Mas, ignorando isso, Bea continuava soco por soco, usando uma sequência de movimentos que lembravam os de um lutador profissional de muay thai. E quando Hinata percebeu.
— Ela… não está usando éter?
Mas enquanto pensava nisso, Bea chutou as juntas da perna de Hinata, desequilibrando-a, saltou e chutou com as duas pernas, afundando Hinata na parede e atravessando para o outro lado. Hinata começa a transformar sua foice em lâminas e joga-as nas luzes, apagando toda a luz da sala e esperando Beatrice entrar.
— Vem, pode vir, você parece ser do tipo que entende bem de habilidades, Pirralha, então o que vai fazer agora que sabe que esse território me favorece?
Mas antes que Hinata terminasse o raciocínio, atravessando a escuridão estava Beatrice com os olhos laranjas, enchendo Hinata de socos. Hinata usa a escuridão para retirar a gravidade do local, assim fica flutuando e consegue escapar do combo de Bea.
— Corte a Lua em dois, Beni-Enma.
A foice, transformando-se no meio da escuridão em uma foice branca coberta de raios vermelhos, vai na direção de Beatrice flutuando, mas antes de atingir, uma voz baixa é ouvida: “É só isso?”. Nesse instante, Beatrice move seu punho e rebate a foice com um soco, explodindo aquele andar e mandando Hinata para longe. Bea começa a correr atrás dela enquanto Hinata cai da parede, quase perdendo a consciência. “Socorro”, Hinata falava antes de cair, quando uma garota de cabelo amarelo e orelhas de lobo aparece, bloqueando o ataque de Beatrice com um chute que muda a trajetória do soco, jogando-o contra a parede da direita. Assim, a garota vai para trás e dá um choque na cabeça de Hinata, fazendo-a despertar.
— Sofia?!
— Não vou perguntar como você chegou nessa situação ou quem é aquele monstro, mas, dada a situação, vamos ter que trabalhar juntas. Lucian morreu e não podemos mais deixar nenhum oficial ser eliminado assim, ou vamos manchar a honra de Stephan.
— O que o Lucian… tudo bem, vamos fazer isso.
Hinata se levanta, indo para o lado de Sofia, enquanto Bea saía do buraco formado pelo seu golpe, encarando-as, levanta a cabeça para cima como se esnobasse as duas. “Vamos ver se lutando juntas conseguem servir de passatempo”. As duas se enfureceram, e assim Hinata foi para frente de Sofia. Sofia junta as mãos e uma marca de cerejeira aparece no pescoço de Hinata. De repente, uma corrente elétrica da cor da aura de Sofia percorre o corpo de Hinata e sua aura aumenta, assim como seu corpo se cura de todas as feridas.
— Vai ficar parada aí?
Hinata falava olhando para Beatrice, que permanecia imóvel.
— Não se preocupe comigo, podem fazer todos os preparativos que quiserem, se precisar, eu até deixo vocês chamarem mais amigos ou usarem mais habilidades de suporte.
Hinata explode de fúria com sua foice e, em alta velocidade, chega em Beatrice, que desvia do primeiro corte e então atinge a cabeça e a barriga de Hinata. Pisando no chão ao lado de uma pistola de um segurança que provavelmente havia derrubado, ela pega a arma e começa a atirar contra a barriga de Hinata, enchendo-a de buracos.
— Foi por isso que eu disse que podia esperar.
Assim, Beatrice começa a caminhar na direção de Sofia, mas no mesmo instante Hinata se levanta novamente, sem nenhum arranhão, mas com uma das pétalas da flor de cerejeira tatuada em seu pescoço faltando. Assim, Hinata finalmente a acerta, lançando-a contra a parede. Sem dar tempo de reagir, ela lança de sua sombra uma chuva de lâminas de escuridão que vão na direção de Beatrice, mas logo após, saindo de lá com a roupa rasgada e sem nenhum arranhão, Beatrice torce o pescoço até estralar e novamente se move até Hinata, enchendo-a de socos com outra sequência, mas agora focando todos os golpes em sua cabeça. Hinata movia sua sombra para se proteger, mas além da velocidade, Beatrice era capaz de aparentemente saltar em meio ao ar com um pulo duplo que dificultava extremamente que Hinata pudesse acompanhar. Assim, ela soca a cabeça de Hinata, esmagando-a contra o chão, logo após a pisa usando toda a força e se afasta enquanto encarava Sofia. Sofia se perguntava por que ela não estava vindo para cima até que Hinata se levanta de novo e vai em sua direção, usando outro corte, mas dessa vez Beatrice desvia, segura a lança com a junta do joelho e dá um soco com toda força em Hinata, lançando-a para trás, deixando a foice que desaparece.
— Ei, Hinata, há algo de errado, acho que ela aprendeu como a nossa habilidade funciona!
— Impossível, não tem como e se ela fizesse isso, ela não agiria dessa forma.
Beatrice, encarando as duas, começa a tirar o pó da camisa antes de falar.
— A habilidade da sua amiga concede um buff temporário que maximiza seu éter, além de conceder um total de 5 vidas representadas nessa flor de cerejeira no seu pescoço, cada vez que você morre uma dessas flores desaparece, e você volta à vida com energia total de novo.
— Se você sabe disso, por que não focou em matar Sofia, teria sido muito mais rápido do que ficar tendo que me matar de novo!
— Por que? Não é óbvio, porque essa era a única forma da luta ficar um pouco equilibrada entre nós.
Hinata explodiu de ódio, vendo o quanto estava sendo subestimada.
— Foi mal, Sofia, eu sei que deveria guardar energia para quando formos matar o desgraçado que matou o Lucian, mas agora não vai dar, eu vou pulverizar essa pirralha de qualquer jeito.
Sofia a olhava, vendo que não tinha como a parar, acena com a cabeça.
— Perfure a terra e os céus, Diamond Breaker.
De repente, a foice de Hinata se transforma em duas brocas enormes em cada mão. O éter de Hinata expande e uma escuridão se forma atrás dela. De repente, todo o navio começa a tremer e mudar de lado, a gravidade começa a cair e ser puxada para a direção de Hinata, enquanto a dela empurrava para frente. Assim, Beatrice estava forçada a vir contra as brocas de Hinata, que avançava com toda a força enquanto as brocas giravam, emanando um éter colossal e raios vermelhos. A mesma começa a correr e, mesmo com Beatrice usando toda força para se manter no lugar, é impedida.
— Quero ver o que vai fazer agora, tapinha.
Beatrice então aproveita o puxão da gravidade para, ao invés de se prender, saltar para frente, caindo ainda mais rápido na direção de Hinata e preparando o seu soco. Hinata, vendo aquilo, se enfurece ainda mais e continua avançando. Os dois se chocam e as brocas colidem com o punho pequeno de Beatrice, mas que continua fazendo pressão e não cedendo. Sua camisa rasgava ainda mais a partir do braço enquanto Beatrice continuava a fazer pressão, empurrando Hinata para trás.
— IMPOSSÍVEL, IMPOSSÍVEL, IMPOSSÍVEL.
— Calada, você que chamou para cima, então não vem chorar agora.
Beatrice continua esmagando as brocas de Hinata e chamas laranjas começam a emanar do corpo de Beatrice enquanto Hinata começa a ver uma mandíbula de dragão aparecendo no punho de Beatrice. No entanto, Hinata, no desespero, não conseguia dizer se aquilo era mesmo algo feito de éter ou uma figura feita por sua própria mente para tornar seu medo algo visível, uma vez que ao olhar os olhos de Beatrice, ela só conseguia sentir o medo de ser encarada por um dragão feroz e sedento que continuava a avançar. Assim, ela quebra as brocas de Hinata e a golpeia bem no estômago, lançando-a na direção de Sofia para longe. Assim, ela mexe a cabeça e balança seu cabelo.
Parte 10
Enfermaria (11º Andar )
Kurokawa e Sophi continuavam caminhando pelo andar que Sophi havia percorrido atrás de Dante.
— Quem diria que a Enfermaria estava tão perto.
Kurokawa falava enquanto corria.
— Você falou alguma coisa, Kurokawa?
— Não, é que eu estava atrás de ajudar essa garota até agora há pouco e acabei dando a volta pela enfermaria sem perceber.
— De qualquer jeito, você não encontraria ninguém aqui. O seu plano de levá-la até sua amiga com habilidades de cura faria bem mais sentido mesmo.
— O quê? Como assim?
— Antes de toda essa confusão acontecer e a sala de transmissão ser tomada, eu mandei um aviso para quase todos os QGs de segurança, avisando que um ataque terrorista seria feito e pedindo para mover os passageiros para uma área segura.
— Agora que você falou, tirando os do décimo quinto andar, parecia que a maioria dos outros estava vazia. Mas se é assim, por que no décimo quinto ainda tinha gente e onde esconderam as pessoas?
— No navio existem duas barreiras extremamente fortes entre o sétimo andar separando o navio em área superior e inferior, como se fossem mundos totalmente diferentes. Mas não foram os únicos lugares onde essas barreiras foram erguidas, afinal, elas deveriam servir a algo do navio, se não, nem faria sentido erguê-las. Além desses andares, existem 4 salas especiais usadas para grandes eventos como bailes, desfiles e shows ao vivo. Elas foram feitas com a mesma barreira e, uma vez fechadas, não podem ser abertas a não ser por um dos 4 chefes de segurança. Os passageiros estão lá. Eu podia ter avisado para o chefe responsável por evacuar o décimo quinto andar, mas ele é responsabilidade do meu pai. Com a habilidade dedutiva dele, se eu tivesse o informado sobre o que iria acontecer, ele descobriria sobre a tomada da sala de transmissão e tentaria defendê-la, mas morreria no processo, por isso percebi que não podia fazer isso.
Kurokawa estava tão impressionada quanto triste, imaginando quantas escolhas difíceis ela estava tendo que fazer. Enquanto corriam, ambas deram de cara com uma garota que se esgueirava pela parede, como se tentasse se disfarçar. As duas pararam ao lado dela.
— O que você está fazendo aqui?
— Ah! Quer me matar do coração?
Sophi, encarando a garota de cima a baixo, reconheceu-a.
— Espera, você é aquela Goutuber, né? Luana, a convidada para a viagem. O que você está fazendo aqui? Deveria estar abrigada com os outros passageiros.
— Tá louca? Perder a live da minha vida? Não sei bem o que está rolando, mas dá para perceber que é grande, só para terem feito toda essa comoção e levado os passageiros para o abrigo. Mesmo sabendo que era a primeira viagem e isso mancharia por completo a reputação do Titanic e da Luminary Labs.
— Isso lá é momento para pensar nisso? Você está correndo risco de vida por causa de uma live. Ficou louca?
De repente, a porta de um dos quartos da enfermaria se abriu, e uma garota saiu gritando:
— Dá para calarem a boca? Tem alguém em estado crítico aqui dentro e não preciso de barulho aqui fora fazendo minha cabeça doer ainda mais.
Quando a garota cruzou os olhos com Kurokawa e percebeu quem era, disse:
— Espera, você é a amiga do garoto, não é?
Assim, Mio puxou-a para dentro do quarto, e Kurokawa viu Dante em cima de uma maca, inconsciente.
— O que aconteceu com ele?
— Isso eu quem quero saber. Ele desmaiou do nada. Achei que tinha morrido ou algo assim, mas aí ele cresceu do nada e eu tive que tirar a roupa dele e colocar essa de hospital. Sinceramente, já vi muita coisa, mas nunca uma morte que fizesse o corpo de alguém crescer.
Sophi e Luana, afastadas e sem entender nada, só conseguiam pensar em como ela admitiu facilmente que o viu nu. Pior ainda, acabou de deixá-lo nu sem permissão e trocou sua roupa. De repente, a garota nos ombros de Kurokawa começou a emanar um éter enorme, como se estivesse reagindo a alguma coisa. Todas se alarmaram quando ela abriu os olhos e triângulos brancos apareceram em suas íris. Várias mãos negras surgiram de suas costas, esmagando tudo naquela sala e derrubando o chão em direção ao andar de baixo. No décimo andar, a única que parecia pousar tranquilamente era a própria garota, observando seu corpo e os braços negros que surgiam de suas costas.
— Aquele idiota, ele acelerou o plano e bebeu meu sangue antes do previsto. Isso acelerou a fusão. Bom, tanto faz, só tenho que fazer esse navio continuar no céu até que o restante da família apareça.
De repente, enquanto olhava para o lado, Benadetta conseguia enxergar Dante em pé, segurando Mio no ombro, Kurokawa na mão direita, enquanto Sophi e Luana estavam sentadas no chão, sem saber como haviam chegado ali. Benadetta, olhando sem entender, falou para si mesma:
— Como você fez isso?
Dante colocou as outras duas garotas no chão, e Kurokawa perguntou a Dante o que havia acontecido, mas Dante a encarou com uma feição nova, meio tranquila e diferente. Então, ele sorriu, olhando para ela sem falar nada. Sophi se aproximou de Kurokawa e perguntou:
— Foi o seu amigo? Ele salvou a gente?
— O quê? Eu não sei…
— Claro, eu também não vi nada. faz sentido que você também não faça ideia.
— Não, não é isso que estou falando.
— Quê?
— É que eu não sei quem é essa pessoa na nossa frente.
Todas as garotas ao redor ficaram ainda mais confusas, e o clima começou a esfriar. Luana percebeu que o clima de algo grande estava começando, pegou seu telefone e começou a transmitir ao vivo.
— Bom dia a todos! Aqui quem fala é Luana, fazendo esta transmissão ao vivo…
Mas antes que pudesse terminar, várias mãos negras percorreram a distância entre eles, enquanto Dante pisou contra o chão, depois subiu o piso inteiro do andar com um chute, lançando-o na direção de Benadetta, que o quebrou com a mão, criando uma grande cortina de fumaça. Dante atravessou a cortina e apareceu em cima de Benadetta. Quando ela o encarou, percebeu que dois pequenos chifres de éter haviam surgido no topo da cabeça de Dante, imbuídos em chama vermelha, enquanto seu corpo estava envolto em eletricidade carmesim.
— Garoto… você também é um Avatar?
Apontando na direção de Benadetta com os dedos formando uma pistola, Dante reuniu éter na ponta do dedo e disparou, jogando-a de volta para o andar de cima. Luana, Sophi e Mio ficaram em choque, sem reação ao que ouviram, e Sophi foi a primeira a raciocinar:
— Ela disse… Avatar?
Mais mãos começaram a cair do andar de cima, e o tremor começou a derrubar o piso restante do décimo andar, derrubando todos para o nono. Dante desceu deslizando pelos braços negros até que, de repente, olhos começaram a aparecer pelos braços feitos de escuridão e todos começaram a focar em Dante. Puxando-se para baixo, Benadetta caiu com parte do corpo transformada em escuridão e vários olhos aparecendo pela parte do corpo que havia se transformado. O éter da sala aumentava enquanto os olhos começavam a disparar éter com a mesma potência do disparo de Dante, mas com uma quantidade muito maior, já que cada olho disparou seu próprio raio, explodindo tudo. Mio, percebendo o que iria acontecer, criou uma explosão de éter na mão como turbina para voar na direção das outras e se jogou nas escadas que levavam para o próximo andar. Kurokawa gritava para ela esperar por seu amigo, mas Mio disse que isso era loucura. Quando chegaram no próximo andar, ouviram uma explosão enorme por todo o oitavo andar. O éter de Dante emanava em uma mistura de líquido preto com chamas vermelhas, enquanto o de Benadetta era um dourado luminoso em formatos geométricos, como triângulos e quadrados. Sophi, então, gritou para Mio parar:
— Você também virou suicida?
— Espera, eu preciso ver, eu preciso ver o que vai acontecer… Em nenhum dos loops até agora, isso nunca aconteceu. Não faço ideia do que vai rolar agora!
— Do que você está falando?
De repente, começaram a sentir uma aura de éter vindo de baixo.
— O que é isso agora?
Mio gritava em pânico, e Sophi, observando, ficou com uma cara assustada.
— Impossível! Estamos sentindo aura dos andares inferiores? Mas isso é impossível!
De repente, as barreiras entre o sétimo andar começaram a ser quebradas com os ataques de Alphonse por baixo e a colisão de éter acontecendo por cima. Luana continuava transmitindo tudo, sem nem mesmo perceber, e assim as pessoas ao redor do mundo vislumbravam aquilo sem acreditar.
Parte 11
Superfície do Planeta, Vários Locais Diferentes.
Ao redor do mundo, a transmissão de Luana explodiu na internet, alcançando um número nunca antes visto. As pessoas começaram a clicar na live, noticiários começaram a repassar as imagens, falando sobre o grande incidente que estava acontecendo a bordo do navio Titanic. Em questão de segundos, não houve ninguém no mundo todo que não tivesse sido informado. Por estarem longe e por conta do éter avassalador que os dois lutadores emanavam, era difícil reconhecer quem eram os seres lutando, mas aqueles que já os conheciam conseguiam ter uma ideia.
Diretoria do Colégio Babylon:
— Aleister, você viu?
— Tem como não ver, Vlad-kun? Nem consigo acreditar. Então, Dante estava vivo e, de algum jeito, além de não ter envelhecido nada, conseguiu subir a bordo do Titanic.
— Tem mais coisa além disso. Aquele éter, apesar de parecer o de Dante, acho que tem algo a mais...
— Você não viu a live desde o início, Vlad?
— Claro que não, só peguei quando a notícia se espalhou.
— Então, volte alguns segundos e você vai entender. Os dois guerreiros misteriosos lutando nas telonas são nada menos que avatares de Astreus.
Elysium Machina, Quartel Secreto Noitora:
— Stephan, você viu o que está passando?
— Faça uma pergunta mais inteligente uma vez na vida, Mikael. Ate Parece que alguém no mundo ainda não está vendo essa droga.
"Agora, muito mais importante que isso é conseguir entender a situação. Pelo que está parecendo, Benadetta era o próprio Avatar que estávamos atrás, agora entendi porque ela insistiu tanto em ir com Barone, droga não devia ter mimado tanto aquela traidora maldita, mas além disso, a informação não estava completa: dois avatares nasceram ao mesmo tempo a bordo do Titanic. Não dá para saber de qual deles o Trono de Deus estava atrás, mas agora está explicado por que tantos videntes descobriram sobre esse incidente. Ainda assim, não tem como isso não ter chegado nos manda-chuvas da Luminary Labs. Eles propositadamente deixaram a viagem do Titanic acontecer, mesmo sabendo o que ia rolar, e como isso poderia manchar sua fachada? Mas por quê?
— Stephan, o que faremos? Vamos?
— Esqueça. Mande uma mensagem e ordene que todos que ainda estiverem vivos voltem. Tenho um péssimo pressentimento sobre isso tudo e sinto que as coisas vão mudar.
Mansão Winchester:
— Aquele Dante, além de sobreviver, virou um Astreus, hahaha! É por isso que eu gosto tanto dele, sempre me surpreendendo.
— Acalme-se, Luciel. Se ele está vivo, o veremos na próxima reunião dos Scarlune e você poderá brincar o quanto quiser com ele. Mas, por enquanto, continue prestando atenção na transmissão. Não sabemos quando ela vai ser cortada.
— Espera? Cortada? Por quê?
Quarto do Trono de Deus:
— Hahahahahaha! Me diz, você tinha previsto isso também, Helena? Por isso queria tanto falar sobre o que faríamos após a informação ser revelada ao público?
— Cale a boca, Bedivere. Você sabe que não deveria acontecer agora.
— Pois é, ainda bem que não é o meu que está na reta caso algo acontecesse, hahahaha!
— Neste ponto, não há o que fazer. Vocês duas vão atrás do Astreus, como combinado e iniciem a parte de vocês. Bedivere, nos teleporte para a Terra com a sua habilidade e todos os outros QGs que estejam ouvindo, cortem agora essa transmissão o mais urgente possível. Não dá mais para voltar atrás, mas dá para evitar que mais coisas sejam reveladas.
— Tem certeza disso, Helena? Eu posso até te trazer, mas se essas duas ficarem para trás, elas vão depender da sorte. Se, além do seu plano dar errado, você perder duas armas do apocalipse e duas usuárias compatíveis, a morte será a menor das suas preocupações.
— Se sabe disso, cale a boca e faça como eu digo.
QG da Luminary Labs:
— Senhor, tem certeza que deveria ser assim? Está mesmo saindo como o senhor havia previsto?
O homem sentado em uma mesa grande de cedro, com as duas mãos encostadas na frente do rosto, sorria observando a transmissão.
Local Desconhecido, Esconderijo da Horizon:
— Então é aquele garoto, Niklaus? Ele parece bem energético.
Um homem de cabelos laranjas falava, observando Niklaus à frente do monitor com um sorriso no rosto, com uma cara de quem estava dando boas-vindas a um antigo amigo.
A transmissão não estava acontecendo apenas ao redor do mundo, como também pelo próprio navio. Várias TVs e transmissores exibiam o confronto de Dante e Benadetta.
Sala de Transmissão:
— Hahahahahaha! Eu não esperava por essa. Então, esse é nosso novo novato, hahaha! Ele conseguiu ferrar tudo de vez, hahaha… Ou será que ele conseguiu nos ajudar? Pelo visto, o Astreus do Enigma não conseguiu fazer uma fusão perfeita. Acho que foi por causa daquele garoto nos andares inferiores que acelerou o processo, mas ainda assim, se nada fosse feito, a fusão se completaria sozinha. Mas, graças a Dante, mais defeitos estão aparecendo à medida que ele a força além dos limites… Acho que vamos ter que mudar algumas coisas, afinal.
Assim, Ceto usou os interfones para fazer um comunicado a todos:
— Olá a todos! Aqui quem fala é a sua fofa e linda Ceto. Como vão? Bom, preciso informar aos meus fofos companheiros que um imprevisto enorme aconteceu. Assim, alteraremos as coisas. Kali e Senhor Rasputin, vão direto aos dormitórios dos trabalhadores e subam. Preciso que capturem os avatares fofos. Além disso, Lucia, vá resgatar seu companheiro no décimo quinto andar. Precisamos dar o fora daqui. A verdade, o mais importante, a partir de agora, eu ativarei as pedras de teleporte do navio. Sendo assim, se vocês querem fugir, vão para um dos quatro salões de festa, pois os portais serão abertos lá. E caso não consigam, espero que saibam que o navio perderá suas forças e começará a boiar no meio do espaço, mas claro, sem energia para o suporte de vida, o que quer dizer sem gravidade, sem luz, sem energia para ligarmos nossa TV e, claro, sem oxigênio. Tendo dito tudo, espero realmente que consigam sair com vida.
Assim, apertando um botão, Ceto ativa quatro portais em cada sala de festa, por onde os passageiros poderiam sair com vida, e alarmes de emergência começam a ecoar por todo o navio. A contagem regressiva para o fim acaba de começar.
Parte 12
Dormitórios dos Trabalhadores (4º Andar)
Alguns minutos antes do anúncio ser feito, enquanto a batalha de Dante e Benadetta começava, Morgan e Nyan, que seguiram o caminho indicado por Anna, chegaram aos Dormitórios dos Trabalhadores, apenas para ver uma pilha de escombros. As três, ainda assim, invadiram o local, avistando uma paisagem macabra de vários braços negros se estendendo de uma parte do quarto em ruínas e se dirigindo até o teto. Nyan, analisando, não podia acreditar.
— Mas que porcaria está acontecendo aqui, afinal? Não vai me dizer que isso tem algo a ver com o assassinato de antes.
De repente, enquanto ela gritava, os olhos na massa escura de braços que se estendiam para o teto se abriram, e todos os globos oculares começaram a encarar Nyan, que sentiu um enorme enjoo observando todos aqueles globos oculares a encarando. De repente, de dentro da massa negra, o corpo de Alphonse emergiu, encarando-as.
— Vejo que vocês também devem ser irregularidades.
Enquanto as garotas observavam, percebiam que os braços negros que se estendiam até o céu emergiam diretamente das costas do garoto, o que indicava que ele era o responsável, além do dono daquela enorme massa de éter que sentiam. De repente, as garotas sentem um tremor vindo de cima, sem saber exatamente do que se tratava. O garoto começa a tapar o olho direito, que começou a derramar sangue, enquanto ele se ajoelhava no chão, sentindo muita dor. Anna, então, toma a frente.
— Você… você tentou acelerar a fusão, agora seu corpo está rejeitando a energia invasora.
Alphonse se assustou a princípio, percebendo que a pequena garota parecia saber exatamente o que estava acontecendo.
— Quem é você? QUEM É VOCÊ!
— Sua cabeça não vai suportar, essa energia vai tentar reescrever você, mas você não é compatível.
— EU JÁ PERGUNTEI QUEM É VOCÊ!
De repente, vários raios saem dos globos oculares que encaram Anna, indo em direção à garota. Morgan e Nyan tentam ajudá-la, mas antes que consigam se mover, os raios a atingem, jogando-a contra a parede e a deixando cheia de buracos. De repente, eles começam a sentir um éter enorme vindo do teto, como se um combate frenético estivesse acontecendo. Nyan e Morgan correm na direção de Anna, mas antes que chegassem até ela, escutam o homem atrás delas gritando enquanto vomitava sangue.
— NÃO SE MOVAM!
As duas instintivamente param de se mover, suando frio, sem saber bem o motivo, mas sentindo que um passo errado poderia causar sua morte.
— Eu não entendo, eu não entendo, eu não entendo… Ela não disse que isso ia acontecer, minha irmã não falou que doía tanto, então por que, me digam, POR QUÊ!
As duas continuavam paradas de costas para ele, enquanto o homem começava agora a vomitar algo que lembrava sangue, mas com uma coloração negra, sentindo muita dor. Assim, a garota cheia de buracos na frente de Morgan e Nyan se levantava lentamente, enquanto limpava o sangue do rosto, e voltava à expressão fofa e inocente, observando o jovem à sua frente.
— Seu corpo, além de não estar se adaptando às mudanças, agora também está sendo rejeitado pelo lado Astreus. Aquele garoto deve estar lutando contra o verdadeiro avatar do seu Astreus e o deixando instável.
— Então é isso… Minha irmã, alguém está machucando a minha irmã!
Assim, o garoto recolheu as mãos negras, que voltaram para suas costas, se preparando para ir atrás de sua irmã, enquanto o corpo de Danael, que havia colidido com a barreira do teto do sexto andar, começava a cair. Anna, vendo, salta em sua direção e o pega. Nyan e Morgan correm até a direção dela e veem o homem em um estado horrível, mas Anna as acalma.
— Está tudo bem, ele ainda não morreu. Nyan, por favor, ajude-o.
De repente, Anna salta na direção de Alphonse e usa a força do salto para girar e, assim, acertar um chute em Alphonse, lançando-o contra a parede. Nyan e Morgan, segurando o corpo de Danael, entram em desespero, sem entender o que estava se passando pela cabeça de Anna, quando Alphonse, com toda a parte esquerda do corpo agora com uma coloração completamente preta, cheio de olhos, começa a gritar enfurecido.
— VOCÊ QUER ME SEPARAR DA MINHA IRMÃAAA?
Assim, Anna, parada na frente dele, começa a dar pequenos saltos com uma das pernas enquanto respirava, relaxando os músculos. Então, ela salta em alta velocidade na direção de Alphonse, chutando-o no queixo e lançando-o para cima. Ela, então, corre na direção das paredes, pisando com tanta força que fazia buracos e, assim, conseguia avançar e depois saltar na direção da parede oposta e depois do piso de cima, subindo cada andar pelo buraco feito por Alphonse. E assim que o alcançou no meio do ar, começou a dar vários saltos na direção de cada parede, tão rápido que nem dava mais para ver. Assim, um éter elétrico dourado começou a percorrer seu corpo, e sua velocidade aumentou ainda mais. Quando o corpo de Alphonse começou a cair, ela pisou no chão do andar em que estava, depois saltou para cima, atingindo Alphonse com as costas e fazendo-o colidir com toda força na barreira e começar a ser esmagado.
— Foi assim que aquele homem se sentiu? Por acaso achou divertido?
Alphonse gritava de dor enquanto descargas elétricas douradas percorriam seu corpo e o impediam de reagir. De repente, ele começa a tentar criar mais de seus braços negros, mas era impedido por suas costas estarem em contato com a barreira atrás dele. Nyan e Morgan, no chão, começavam a se preocupar enquanto terminavam os socorros mais urgentes de Danael, querendo seguir Anna, mas é quando uma transmissão começa a ecoar por todo o navio. A mensagem de Ceto se espalha, e assim todos ficam sabendo sobre o que iria acontecer.
— Morgan, o que faremos agora?
— Eu sei lá? Nem tenho ideia de onde estão os outros!
De repente, Danael, recobrando sua consciência, ainda machucado, se força para conseguir sentar.
— São vocês duas.
Nyan, vendo aquilo, preocupada, se concentra mais em sua habilidade, que emanava um éter verde que se espalhava pelo corpo do homem como líquido etéreo, deixando pequenas patas de gato.
— Você é do tipo com habilidades de cura?
De repente, a barreira no teto quebra ainda mais e começa a desmoronar. Nyan, Morgan e Danael observavam do teto e começavam a sentir todo o éter dos andares superiores dali de baixo, de onde estavam, e assim começavam a ter uma ideia do que estava acontecendo. Danael junta todas as informações que tinha reunido com as energias que sentiu e descobre a maioria das coisas que estavam rolando atualmente pelo navio.
A terrorista fez a melhor decisão, do jeito que está, não tinha como querer continuar essa viagem, mas agora que o Titanic não tem mais serventia para os irmãos, eles com certeza não vão aceitar ir embora calados. Essa bagunça ainda não terminou, e eu preciso confirmar com meus olhos como ela vai terminar. Os outros QGs já devem ter começado a evacuar todos… Acho melhor também não falar para essas duas o que aconteceu com o companheiro delas, pelo menos não por enquanto. Sinto muito, mas deixar os sentimentos comandarem agora seria a pior escolha.
— Vocês duas me ajudem a chegar nas escadas, preciso subir e ver o que vai acontecer.
— Calma aí, já viu a sua situação? O que você acha que vai fazer?
— Eu não planejo fazer nada, simplesmente ver como tudo vai acabar. É minha responsabilidade, é minha zona, e como todos os outros chefes de segurança estão saindo, é meu navio praticamente.
As garotas viram o olhar determinado que o homem tinha. Estava óbvio que, caso elas se recusassem a ir, ele tentaria, mesmo que fosse se arrastando. Assim, elas o ajudam a se levantar.
— Tudo bem, mas nós vamos com você também. Pela energia, acho que nossos amigos estão lá de qualquer maneira também.
Assim que começaram a caminhar, notaram alguém se aproximando e entrando na sala: uma mulher de cabelos brancos, roupa preta com detalhes vermelhos e uma katana enorme; o outro, um homem engraçado e grande, com uma barba farta e cabelo liso, além de olhos vermelhos. Ambos caminhavam em direção a elas e as atravessaram sem sequer as encarar. Olharam para o teto, vendo Anna quebrar a barreira entre os andares, invadindo o sétimo andar com Alphonse.
— Dá para acreditar, Lady Kali? Hahaha! Fizemos toda essa volta só para eles voltarem ao ponto de partida.
— Isso não é engraçado. Teremos que ir atrás deles, se não entendeu.
— Eu sei disso, mas acho que você está estressada demais. De qualquer forma, enquanto eles estiverem no navio, não será um grande problema. E, pela história que você me contou, confesso que estou mais interessado em ver o resultado da batalha do que em interferir.
—... Sobre isso, pensaremos quando estivermos perto o suficiente para tomar uma decisão. Por enquanto, vamos só tentar alcançá-los.
— Ok.
Assim, Kali e Rasputin desapareceram. Nenhum dos dois fez contato visual com o grupo de Morgan, Nyan ou Danael. Na verdade, agiam como se os três nem existissem. Mas só de passar por perto, foi o suficiente para que os três soubessem que não deviam fazer nada. Seus corpos congelaram de medo, a ponto de nem sequer se atreverem a respirar até serem permitidos. Assim que os dois saíram, finalmente conseguiram voltar a respirar, suando frio e completamente desesperados.
— Morgan, mas o que era aquilo? O que eram aqueles dois?
— Nyan, não me pergunte. Já não faço mais ideia de nada. Só sei que eles eram problemas, e, pelo que falaram, estavam indo atrás de Anna.
Danael respirava pesadamente, quieto, sem falar nada, mas com sua mente, unia as peças, percebendo que um dos dois era o criminoso que estava sendo transportado, e a outra deveria ser uma das forças em ação que estava se movendo pelo navio.
— Rápido, precisamos subir agora.
Parte 13
Área Comercial (15º Andar)
Dentro da barreira onde a batalha de Levy e Adam acontecia, os golpes frenéticos se sucediam, enquanto Adam ria loucamente, aproveitando ao máximo o combate. Ele aumentava ainda mais suas chamas, enquanto ria para Levy, como se quisesse dizer para ela continuar, para não parar agora. Levy, percebendo isso, e sentindo que a situação do lado de fora da barreira estava começando a ficar complicada, sente que era hora de parar a brincadeira. Ela faz um sinal com os dedos, juntando dois na frente do rosto. A chama vermelha de sua perna começa a soltar faíscas carmesim, e uma delas se transforma em uma pequena raposa em seu ombro, que começa a falar.
— Tem certeza de que vai usar isso agora? Não acha meio exagero? Além disso, tenho certeza de que a barreira de sua amiga não vai aguentar.
— Se eu continuar pegando leve, pensando na barreira, essa batalha não vai acabar.
E quando ela prepara seu chute, as faíscas vermelhas começam a formar um círculo mágico, cercado por símbolos de exorcismo xintoísta.
— Devor...
Mas antes que Levy pudesse terminar sua arte, um raio azul emanando um éter negro desce no campo de batalha entre os dois, destruindo a barreira que os cercava.
— Você já brincou demais, Adam.
Saindo do trovão, Lucia aparece, encarando seu companheiro.
— O que você veio fazer aqui? Dá o fora daqui, não atrapalhe a minha batalha agora. Por acaso quer que eu saia como perdedor? Se eu receber ajuda agora, não será nada diferente de admitir derrota.
Mas assim que Adam termina de falar, Lucia atinge seu estômago, fazendo-o começar a cair para frente, depois o golpeia na nuca.
— Seu mentiroso, se estivesse mesmo preocupado com isso, já teria usado sua Black Box.
Assim, Lucia se vira para Levy.
— Vamos dizer que você ganhou desse idiota e encerrar as coisas por agora. Tem muita gente precisando da sua ajuda para conseguir escapar, mas acho que aqueles seus amigos vão poder te explicar melhor.
Assim, depois de dizer isso, Lucia se transforma em um clarão elétrico que sobe aos céus, levando Adam consigo. Os dois companheiros de Levy a alcançam e a informam sobre o que estava acontecendo. Assim, era responsabilidade deles ajudar qualquer um que ainda não tivesse passado pelos portais a evacuar antes que fosse tarde. O grupo se espalha pelo navio, enquanto Levy fica pensando sobre a notícia de Dante ser possivelmente um avatar e sobre os dois lutadores misteriosos que havia encontrado.
Parte 14
Teatro na parte da frente do Navio (12º Andar)
A luta de Chuya e Luck continuava, com ambos se golpeando ainda mais, quando de repente têm seus lugares trocados, forçando-os a ficarem de costas um para o outro. Sem entender, ambos ficam em choque por um momento, quando Miguel começa a se aproximar com sua cara neutra de sempre. Chuya logo começa a refletir, pensando em como ela havia chegado ali tão rápido, sendo que ele e Luck estavam lutando por um bom tempo, atravessando andares e até paredes.
— Miguel, por acaso você fez isso?
— Não temos tempo, as coisas saíram do controle.
A garota falou novamente, sem dar grandes detalhes, jogando um celular para Chuya, que vê o noticiário, sem acreditar, descobrindo a situação em que o navio estava. “… espera, isso quer dizer que ninguém sabe que é culpa minha… talvez eu ainda não seja demitido!” Enquanto pensava isso, começou a dar um sorriso malandro no canto da boca, e Miguel, percebendo, o encara com sua feição neutra, mas fala:
— Que bom para você, né?
Assim, Luck vai até o lado dele para descobrir o que estava rolando, quando vê o noticiário e, nas imagens mostrando a live que estava acontecendo no navio, vê a imagem borrada e distante das duas figuras nomeadas como indivíduos suspeitos. Logo percebe que era Dante, e fica preocupado, começando a tentar correr na direção deles. Chuya, vendo aquilo, tenta o parar.
— Espera.
— Não tenta me parar agora, não tenho tempo para isso, preciso ajudar meu amigo.
— Relaxa, percebi pela sua feição. Não vou te parar nem nada disso, mas do jeito que você está, vai demorar demais para chegar, e quando chegar, pode ser tarde. Além de que tenho minhas dúvidas se você sabe chegar lá, já que estava pegando o caminho errado agorinha.
—…
Luck fica em silêncio, envergonhado.
— Relaxa, agora fiquei de muito bom humor, e recentemente descobri que uma amiguinha minha parece ter algum poder espacial, como teleporte.
Miguel começa a olhar para o lado, com sua expressão neutra, mas obviamente tentando esconder algo, mas Chuya, com uma risada maligna, se aproxima, enquanto começa a apertar as bochechas dela com um olhar maligno.
— Hora de colocar esse seu corpinho para trabalhar para nós, hahaha!
Luck já havia entendido que Chuya era um cara legal, no entanto, era difícil continuar acreditando nisso enquanto ouvia ele dizer esse tipo de coisa para uma garotinha que mal parecia conseguir escapar. Assim, Chuya a pega no ombro e leva até Luck.
— Então, consegue nos teleportar para lá? Ah, e depois disso, vamos ter uma conversinha a sós, Miguel, parece que você estava me escondendo bastante coisa, sabia?
Miguel, com as bochechas vermelhas, faz uma cara de desistência, e assim os três são teleportados.
Parte 15
Salão De Festa (Salas Reforçadas com Barreiras Espalhadas pelo Navio)
A fumaça cobria o navio, enquanto os passageiros, que estavam sendo mantidos em segurança nas salas de evento, eram rapidamente conduzidos até os portais e, assim, escapavam do Titanic. No entanto, isso era um processo demorado, uma vez que era necessário transportar poucas pessoas de cada vez para não sobrecarregar os portais e acabar com a energia do navio antes que todos conseguissem passar. Além dos passageiros, também havia seguranças e outros trabalhadores que estavam desesperados para escapar. Por isso, os guardas acabaram se concentrando mais em manter os ânimos de todos controlados durante a passagem do que em verificar cada pessoa que atravessava. Consequentemente, muitos sobreviventes feridos e outros, como mafiosos disfarçados, conseguiram passar despercebidos. Apesar do crescente número de pessoas escapando, ainda levaria um tempo considerável, e durante esse período, os passageiros só podiam rezar para que nada pior acontecesse ao navio.
De repente, alguns passageiros cedem ao desespero, querendo passar à frente dos outros. O desespero se espalha, e outras pessoas, com medo, começam a tentar passar também. Isso começa a forçar o portal, e a energia começa a falhar, a ponto de as luzes começarem a se apagar, e o navio balança, perdendo seu eixo. Mas antes que a confusão aumente, Levy aparece, acalmando a todos.
— Prestem atenção, eu sei que todos estão preocupados, mas não precisam mais. Enquanto eu estiver aqui, garanto que nenhum de vocês que me obedecer morrerá, nem que eu precise fazer o impossível para tirá-los daqui. Mas se eu vir alguém quebrando as regras e atrapalhando a passagem dos outros, o tratarei como inimigo.
Assim, os olhos de Levy brilham enquanto chamas vermelhas emanam de sua perna.
— E eu imagino que vocês não queiram ser meus inimigos.
Assim, Levy acalmou a todos, e seus parceiros, que chegaram em outros dois pontos de fuga, fizeram o mesmo, conseguindo trazer a calmaria de volta. Mas isso não mudava o fato de que as coisas só continuariam tranquilas até o momento em que a responsável por toda aquela loucura percebesse e decidisse fazer algo.
Parte 16
Antiga prisão, ala reforçada do sétimo andar
O teto e o chão do sétimo andar se quebram, e todos começam a cair, sobrando apenas as escadas que levavam de um andar para o outro. Todos que estavam no andar caem sobre os escombros que caíram no sexto andar e agora formavam um chão. Descendo pelas escadas estava o grupo de Mio, e subindo, o grupo de Morgan. Ao se verem, sem nem mesmo falar, sabiam exatamente do que se tratava. Correram na direção do sexto andar. Chegando lá, uma enorme cortina de fumaça e poeira dificultava a visão. De repente, Chuya, Luck e Miguel se teleportam para o lado deles, reunindo todos no mesmo lugar. Luana continuava tentando gravar enquanto a poeira abaixava, revelando a posição dos combatentes finais. De um lado, estavam Benadetta e Alphonse, e do outro, Dante e Anna. A poeira continuava a baixar, revelando outros espectadores que observavam ao redor: Kali e Rasputin, observando pelo buraco no chão do sétimo andar, e Beatrice, que veio do outro lado do navio e assistia a tudo sem se aproximar. Ninguém falava nada, como se estivesse interessado apenas em assistir ao que iria acontecer. Mesmo com tantos combatentes reunidos em um mesmo lugar, nenhum deles parecia notar mais ninguém, concentrando-se totalmente nos quatro em meio à pilha de destroços que era aquele lugar. Assim, enquanto a poeira terminava de cair, a batalha final começava.



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